Quantas vezes em nossa carreira, mesmo bem-sucedida, nossa voz interior fala que não estamos no caminho certo?

Um vazio que não conseguimos identificar o porquê, mas ele segue incomodando. Muitas vezes é difícil sair da zona de conforto, da estabilidade e do expertise já
conquistado para correr o risco de iniciar algo do zero.

Mas não tem outro caminho, é necessário arriscar.

O risco é maior ainda quando se trata de um negócio inovador, com regras não muito claras.

Buscamos sempre encontrar como chave do sucesso alguma tecnologia ou conhecimento técnico, uma metodologia para identificar o motivo que o negócio deu certo.

Um desenvolvedor que criou algum algoritmo, agora mudou para o jargão de inteligência artificial.

As dores que encontramos no mercado e achamos uma solução, uma receita do bolo. Será isso mesmo?

Acredito que a força interior que cada um de nós tem é muito maior que tudo isso.

Quando escutamos de verdade essa voz identificamos nosso propósito de vida e decidimos iniciar essa jornada correndo o risco de nada dar certo, mas isso acaba sendo irrelevante perto da busca de mudar e ser relevante.

Não é o sucesso que determina que você está no caminho certo.

O fracasso ensina muito mais, vira matéria-prima quando realmente estamos com nosso propósito definido. O sucesso é uma coleção de fracassos do qual, pelo seu propósito, você decidiu seguir em frente disposto a morrer em combate. Uma persistência inabalável.

Toda tecnologia, toda ciência, é produto da inteligência, inclusive a artificial.

O ser humano é o protagonista, porém o mais importante é construir valores interiores que nos ajudem a suportar toda a adversidade imposta nas mais variadas  jornadas.

A resiliência, as virtudes para nos fortalecer por dentro, define a mudança de rota da realidade das coisas.

Essas qualidades estão além da inteligência, elas vêm da alma, do interior de cada um de nós.

Para conseguir ter a minha empresa, que hoje está no mundo inteiro, fui buscar forças dentro de mim.

Minha inspiração veio da filosofia para aumentar meu entendimento em relação ao mundo e enxergar a realidade, como no filme Matrix.

Da humildade para ver a realidade sem interferência do meu ego, do amor e do respeito ao próximo para estabelecer relações perenes, pois ninguém cria nada sozinho.

Já dizia o mestre Raul Seixas, “sonho que se sonha só é só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”.

Eu pratico kung-fu e aplicar os princípios das artes marciais tem sido minha inspiração diária para lidar com a gestão de uma empresa fluida.

Se colocarmos água num copo, ela se torna o copo; se você colocar água numa garrafa ela se torna a garrafa. A água pode fluir ou pode colidir.

Então, a minha recomendação é para que todos sejam água em suas relações diárias, sejam elas na vida profissional ou pessoal!

Ricardo Godoy é CEO e head de inovação e transformação digital da Soul TV