O mundo mal conseguiu absorver os conceitos da chamada Revolução Industrial 4.0 e já está diante de outra revolução, que neste artigo chamo de 5.0, talvez ainda mais importante do que a 4.0.

A Revolução Industrial 4.0 marca um novo capítulo na história da humanidade, caracterizado pela integração de tecnologias avançadas que transformam profundamente os setores produtivos e a sociedade como um todo.

Diferentemente das anteriores, que foram impulsionadas por inovações como mecanização, eletricidade e computação, a Revolução 4.0 é movida por uma confluência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.

Uma das principais características dessa nova era é a internet das coisas (IoT), que conecta dispositivos e sistemas, permitindo a comunicação e troca de dados em tempo real.

Sensores inteligentes e redes de comunicação avançadas (5G) possibilitam a automação e monitoramento de processos industriais, aumentando a eficiência e reduzindo custos.

Outro componente crucial é a inteligência artificial (IA), que, por meio de algoritmos avançados, permite a análise de grandes volumes de dados, identificação de padrões e tomada de decisões autônomas.

A manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, é outra tecnologia disruptiva, permitindo a produção de objetos complexos a partir de modelos digitais.

Essa técnica reduz o desperdício de materiais e possibilita a customização em massa, adaptando produtos às necessidades específicas dos consumidores. A robótica avançada, com robôs cada vez mais inteligentes e colaborativos, também desempenha um papel fundamental, não apenas na automação de tarefas repetitivas, mas também na execução de atividades que requerem alta precisão e flexibilidade.

Além dessas tecnologias, a computação em nuvem e a Big Data proporcionam um vasto armazenamento de dados e capacidade de processamento, permitindo que empresas analisem informações em tempo real para otimizar processos e desenvolver estratégias mais eficazes. A cibersegurança emerge como uma preocupação central, dado o aumento das ameaças digitais e a necessidade de proteger informações sensíveis. A Revolução Industrial 4.0 não se limita ao setor industrial; suas implicações se estendem a saúde, agricultura, transporte, educação e outros setores.

Na saúde, por exemplo, tecnologias como a telemedicina, dispositivos vestíveis e genômica transformam o diagnóstico e tratamento de doenças. Na agricultura, sensores e drones permitem o monitoramento preciso de plantações, otimizando o uso de recursos e aumentando a produtividade.

Entretanto, essa revolução também traz desafios significativos, como a necessidade de requalificação da força de trabalho para lidar com novas tecnologias e a gestão ética do uso de dados e inteligência artificial.

No momento em que as empresas e governos procuram se adaptar rapidamente para aproveitar as oportunidades e mitigar os riscos associados a essa transformação, surge uma nova revolução, que passa a exigir novos comportamentos e atitudes.

É a revolução que chamo de 5.0, uma revolução verde, baseada na urgência climática e nos princípios ESG. Os recentes fenômenos climáticos cristalizam problemas que, antes, ainda eram ameaças.

Empresas e governos não podem mais ignorar os riscos decorrentes das mudanças climáticas. Na esteira dessa preocupação, vem o pacote completo ESG, com questões sociais e de governança.

Também não se pode ignorar a desigualdade social e os processos de DE&I, além da necessidade de uma gestão mais ética e transparente por parte das empresas e das instituições governamentais. Mas nem tudo é risco nessa Revolução 5.0.

As soluções capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, por exemplo, representam uma enorme oportunidade. Geração de energia sustentável (eólica, solar, biomassa, hidrogênio) e desenvolvimento de materiais ecologicamente corretos são iniciativas de enorme potencial econômico. Devemos todos ficar de olho nessa nova revolução, que será objeto de outros artigos por aqui.

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br