Não que seja uma novidade, mas esta é a hora e a vez dos vídeos. Conforme demonstram diversas pesquisas no mercado, a tendência de alta no consumo de vídeos  continua firme e forte, e não só entre os mais jovens. Não à toa, testemunhamos fenômenos como o TikTok, rede social de vídeos curtos que não para de crescer.

E como a publicidade acompanha o consumidor em toda a sua jornada, não é de se admirar que a propaganda com vídeo concentra os investimentos e continua como a grande tendência de mídia.

O estudo global da Kantar Tendências & Previsões de Mídia 2023 aborda o futuro da experiência de consumo de vídeo, o impacto dos aumentos globais de inflação, a importância crescente do uso de dados para a tomada de decisão e o desenvolvimento de novas tecnologias, além das questões relacionadas à sustentabilidade.

No Brasil, a pesquisa mostra o protagonismo da comunicação de marketing por meio de vídeos, em televisão, plataformas de VOD (Video On Demand), mídias sociais e cinema. 98% das pessoas foram expostas a conteúdos de vídeo nos seus lares em 2022, dos quais 79% em TV linear. 63% de todos os gastos com publicidade no país utilizaram formatos de vídeo, consolidando as telas como extremamente importantes para a comunicação das marcas.

“Vislumbramos muitas oportunidades para marcas, indústria de mídia e produtores de conteúdo em 2023. O propósito do relatório Media Trends & Predictions 2023 é fomentar o mercado, abordando as tendências que devem pautar os desafios ao longo do próximo ano. Esperamos que os insights contidos no estudo inspirem e apoiem nossos clientes no negócio cada vez mais dinâmico de mídia e comunicação”, declara a executiva Melissa Vogel, CEO Brasil da Kantar Ibope Media.

O estudo também traz visão abrangente sobre a TV conectada (CVT). Para Andrew Feigenson, CEO de advertising intelligence da Kantar & Numerator, considerar a logística migratória das audiências e dos inventários disponibilizados significa que os agentes precisam olhar para além da propaganda para compreender o futuro da tecnologia focada em mídia.

“Com os espectadores de transmissões lineares migrando para o consumo sob demanda em grande volume, o CTV parece cada vez mais atraente, particularmente porque há uma sensação de continuidade – é muito parecido com o status quo, mas melhorado. Agora, seguindo os passos de plataformas como a HBO Max, que lançou seu plano apoiada por anúncios, o mercado terá em breve abordagens similares da Netflix e da Disney+. Acho que isto será enorme, e a indústria tem todos os motivos para estar animada”, disse ele.

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Koo
Um dos destaques desta edição é a reportagem sobre a rede indiana Koo. A polêmica do suposto fim do Twitter movimentou o mercado nas últimas semanas, após Elon Musk adquirir a rede do passarinho azul, e uma série de trapalhadas tem levado os usuários a temerem o apagão da rede social. E, muito espertamente, a Koo atacou e espalhou sua jovem ave amarela pelo mundo, provocando ainda mais agitação. Não só pela novidade, como também pelo engraçado – para os brasileiros – nome, gerando milhares de memes.

Publicitários ouvidos pelo PROPMARK opinam se essa é uma onda passageira ou se veio para ficar. Natália Oliveira, gerente de estratégia e criação da MAP Brasil, diz acreditar que a Koo possa vir a ser uma rede social alternativa. “Tudo depende da forma que ela será investida daqui para frente, saber aproveitar as oportunidades que os brasileiros estão criando por aqui vai determinar o seu tempo de vida no nosso dia a dia”.

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK