Nos últimos dois anos, o mercado passou por uma transformação digital acelerada e diversos segmentos foram impactados direta ou indiretamente, seja nos processos, produtos  ou mesmo na comunicação. Setores tradicionais tiveram que se adaptar à nova realidade e novas oportunidades surgiram para quem já nasceu no mundo digital.

Experiência digital

Ao longo de décadas, as pessoas tinham a necessidade do contato interpessoal para a compra de uma mercadoria, seja eletrônico, vestuário ou produtos de necessidades como os alimentícios. Visitas a lojas, mercados e shoppings ainda era muito presente no nosso dia a dia até o ano de 2019.

Porém, a pandemia chegou e ficamos limitados aos contatos digitais, seja por chat do e-commerce, aplicativos de conversas ou redes sociais. Em suma, apostar em um atendimento personalizado e em experiências que simulam a interação humana se tornou necessário.

Mas, para entregar uma jornada satisfatória para o cliente, foi preciso aliar tecnologia e experiência. Por exemplo, ao invés de um chatbot convencional, com uma conversa engessada, foi preciso entregar a experiência de uma pessoa na conversa. Diálogos descontraídos, emojis e direcionamentos para atendentes reais podem ser alternativas interessantes e que facilitam a comunicação. Da mesma forma, utilizar elementos da cultura pop, como memes, também podem personalizar o processo.

Atendimento ágil

Ao visitar uma loja física, o usuário conversa com o(a) atendente e recebe um retorno imediato sobre as suas necessidades, assim como os produtos que atendem à sua demanda. No meio digital o tempo de resposta precisa ser similar, pois a demora no atendimento pode ocasionar em perda de vendas.

Visitar várias páginas, sites e lojas ao mesmo tempo tornou-se mais fácil. Até mesmo os usuários que não possuíam o hábito de comprar online migraram para a internet. Com isso, ao se deparar com uma demora no atendimento, as chances de o potencial cliente procurar um concorrente é grande.

E-commerce omnichannel

Se você entendia o termo e-commerce como algo limitado às lojas virtuais, com os pagamentos automáticos e o envio pelos Correios ou transportadoras, precisará de mais que isso para se adequar ao mercado. O e-commerce omnichannel é uma realidade e a sua marca precisa estar ligada a este termo, disponibilizando os seus produtos para serem adquiridos através da internet.

Esse canal trata-se da disponibilização dos produtos para negociação por meio do ambiente digital. O pagamento e o envio não precisam ser automatizados. O segredo é dar a opção ao usuário de visualizar, tirar dúvidas, consumir conteúdos e solicitar orçamentos, tudo de forma online. Por exemplo, disponibilizar o seu catálogo de produtos nas redes sociais e possuir um canal de negociação no WhatsApp já é suficiente.

Qualidade no conteúdo

Com a popularização do marketing de conteúdo e da otimização dos conteúdos para os buscadores, os últimos anos (anteriores a 2020) foram marcados pela produção de conteúdo em larga escala na internet.

Todavia, a necessidade de volume fez com que conteúdos superficiais ganhassem cada vez mais força. O objetivo era criar conteúdo para o Google, não para os leitores. Resultado: conteúdos de baixa qualidade em grande volume.

Entretanto, com a pandemia, as pessoas começaram a perceber essa superficialidade e descartar os conteúdos de baixa relevância. Por isso, um movimento chamado de “slow content” ganhou força. Basicamente este nome se deu pelo fato de as pessoas começarem a optar por conteúdos maiores, mais densos e carregados de informações relevantes.

Ao invés de consumir vários vídeos no YouTube, as pessoas começaram a consumir vídeos mais longos e mais interessantes. Um exemplo disso são os podcasts.

Crescimento das buscas por voz

Alexa, Cortana, Siri e a assistente do Google ganharam força. Os usuários estão dependendo cada vez menos esforço para realizar as suas buscas. Com isso, as técnicas de SEO precisam ser otimizadas. As tradicionais configurações de palavras-chave já não são suficientes para uma estratégia de marketing digital efetiva. É necessário um trabalho mais refinado no SEO do seu site ou blog.

O Google tem atualizado as suas diretrizes de SEO constantemente à medida que o comportamento dos usuários muda. Adeque o seu site ou blog às novas exigências e mantenha o seu conteúdo voltado para o leitor.

Ao produzir um conteúdo, procure esquecer que ele será ranqueado e precisa de uma estrutura padrão. Imagine-se no papel de leitor e procure proporcionar a melhor experiência possível. O engajamento do público com o seu conteúdo é muito mais importante que a estrutura adequada para os buscadores. Faça com que a sua audiência dissemine o conteúdo ao invés de depender exclusivamente de um algoritmo.

Dados e performance

Cada vez menos as pessoas estão dando relevância para métricas de vaidade. Curtidas e seguidores estão perdendo relevância para empresas que buscam resultados financeiros na internet.

Se você pretende ter lucros utilizando a internet, utilize as ferramentas que fornecem dados relevantes para a sua estratégia de marketing digital. Assim, terá embasamento para criar campanhas que convertam.

Seus conteúdos não precisam ser os mais bonitos, nem os mais completos. Eles precisam entregar valor à sua audiência e fazer com que ela se aproxime ainda mais da decisão de compra.

Para finalizar, as mudanças no mercado em geral impactaram, nos últimos anos, todos os segmentos. Naturalmente, as estratégias de marketing digital precisam se adequar aos novos comportamentos para continuarem sendo úteis para o seu negócio.

Garanta que a sua empresa estará atualizada com relação ao mercado e se manterá próxima dos seus clientes, mesmo que de forma digital. Assim, você conseguirá captar e manter a sua audiência em busca de conversão.

Guilherme Lippert é cofundador e Key Account Manager da V4 Company