Não foi fácil. A paralisação foi sintomática nas produtoras de filmes comerciais e entretenimento. O valor dos jobs foi revisado para baixo e, consequentemente, a remuneração. Mas há otimismo para 2021. A expectativa da vacina é unanimidade, mas os aprendizados de 2020 não serão descartados. Estarão integrados nas práticas do mercado, como observam as lideranças.

“Estamos diante de uma perspectiva superpositiva, mas seguirá sendo desafiadora. Espero que possamos resignificar todos os aprendizados de 2020 em 2021. Ao que tudo indica, teremos um 1º semestre semelhante ao momento, com o protocolo de segurança seguido à risca. No entanto, espero que, mesmo quando deixar de ser obrigatório, os bons hábitos adquiridos permaneçam. Para o setor, conteúdo e entretenimento, esperamos poder retomar as produções. As paralisações das produções em curso podem ser impactadas. Já para a publicidade, se forem mantidas as Olimpíadas, acredito que será um bom indicador de que teremos um ano mais agitado.”
Marianna Souza – presidente-executiva da Apro.

Marianna Souza (Foto: Alê Oliveira)

“No momento em que tudo parou, em 2020, conseguimos ter mais tempo para analisar nossa operação, estudar e conhecer jovens talentos, dando oportunidades e lugar de fala extremamente necessários e urgentes para qualquer empresa. No segundo semestre, com a retomada das filmagens, conseguimos recuperar a pausa causada pela pandemia com
a ajuda de protocolos detalhados e minuciosos de segurança
em set de filmagem. O grande aprendizado está sendo se adaptar aos novos formatos de trabalho com agências e clientes. A diária de filmagem, com no máximo 12 horasde trabalho, por exemplo, veio para ficar e está parecendo ser mais produtiva para todos. E vale para 2021.”
Chico Pedreira – produtor-executivo da Prodigo Films

Chico Pedreira (Divulgação)

“O começo da pandemia foi de extrema angústia, pois não sabíamos se nosso negócio iria sobreviver. Aprendemos a ser mais pragmáticos e acreditamos que sairíamos dessa focando no que sabemos fazer de melhor: entregar bons filmes. O que acredito que veio para ficar é a otimização das reuniões. Não é mais necessário nos deslocarmos para tantas reuniões em agências e clientes. Tudo pode ser resolvido de forma online. Claro que é muito importante estarmos presentes, ouvindo, olhos nos olhos. Mas isso pode ser mais resumido, mais objetivo, em apenas uma ou duas reuniões presenciais. Diferentemente das inúmeras reuniões que acabávamos fazendo anteriormente.”
Marcos Fagundes – ead of sales da PBA Cinema

Marcos Fagundes (Divulgação)

“Em 2021 queremos continuar encontrando soluções criativas, pensar em como deixar bonito (ou mais bonito). Fazer reunião com a equipe sem fazer valer o significado básico de reunir – e ainda assim trazer bons resultados.”
Daniel Soro – sócio e diretor de cena da Piloto

Daniel Soro (Divulgação)

“Para 2021, eu e os meus sócios, Raphael Dias e Aramis Barros, estamos otimistas. Achamos que o mercado está aos poucos fazendo a roda girar e, com isso, estamos gerando mais empregos. Queremos mais oportunidades de mostrar que a Square Pixel é uma produtora jovem e talentosa.”
Antônio Carlos Aciolly – sócio e produtor da Square Pixel

Antonio Carlos Accioly (Divulgação)

“Para falar das nossas perspectivas para 2021, temos de olhar para os dois primeiros anos da Café Royal.
É incomum precisar reinventar uma empresa no seu segundo ano de existência. Mas a pandemia nos trouxe isso e foi o nosso turning point. Viramos o jogo, encaramos os desafios da quarentena, filmamos muito e crescemos cerca de 20% em relação a 2019. Projetamos para 2021 um crescimento de 25%, com maior volume de filmes publicitários, e a produção de um longa e uma série para TV. Esperamos consolidar a nossa posição no mercado, como uma produtora ativa nas discussões do setor, que oferece soluções criativas no entretenimento e na publicidade, e tem excelência de produção. Isso tudo cercado de gente interessante, que é o nosso maior patrimônio.”
Moa Ramalho – sócio e produtor-executivo da Café Royal

Moa Ramalho (Divulgação)

“Apesar de olhar para 2021 com otimismo, sabemos que há grandes chances de o ano começar com altos índices de contaminação e, como consequência, aumento nas restrições. A vantagem é que já sabemos como lidar com essa situação. Ou seja, sabemos como produzir e o que podemos fazer para não parar. Acredito que, assim como o mercado reagiu muito bem aos imprevistos de 2020, para o ano que chega não será diferente.
A pandemia mudou comportamentos e formas de consumo e com isso surgiram novas oportunidades e formatos de comunicação para as marcas. Isso é muito estimulante pra uma produtora como a Stink, que está constantemente se adaptando.”
Renata Dumont – produtora-executiva Senior da Stink Films

Renata Dumont (Divulgação)

“2020 nos ensinou a criar novas oportunidades, a nos reinventar, a ter um olhar diferente. Esse sentimento de fazer acontecer foi muito forte, apesar de extremamente conturbado. Mas eu realmente espero que em 2021 possamos consolidar esta criatividade que nos levou a “reinvenção” e “readequação” total em suas melhores práticas, e o audiovisual soube usar a criatividade brilhantemente para fazer isso acontecer. Clientes, agências e produtoras mais integrados é o que espero que o mercado tenha em 2021. E, sem dúvida, uma retomada cada dia mais consciente em todos os sentidos. Acredito que as parcerias e relações criadas em 2020 durante a pandemia ficarão ainda mais fortes entre agência, cliente e produtora, e devemos esperar que o setor de audiovisual cresça com estes aprendizados e entre ainda mais forte, confiante e desafiante em 2021.”
Natalia Gouvea – sócia-fundadora do Zombie Studios.

Natalia Gouvea (Divulgação)

“Acredito que a maturidade profissional de 2020 e a busca
por soluções impensadas antes de março não serão esquecidas. O ano passado nos fez repensar formas, meios. Avalio que, com as adversidades, evoluímos. Descobrimos como ser mais objetivos e diretos. Elevamos o nível profissional, aceitamos mais do que nunca jogar em equipe. Sim, voltaremos à vida normal de antes da pandemia, mas jamais seremos os mesmos. O saldo cooperativo disso tudo nos fará seres humanos melhores na vida que seguirá, assim como na vida profissional. Estamos todos melhor preparados para eventuais novos sustos.”
Sérgio Tikhomiroff – produtor-executivo da Mixer Films

Sérgio Tikhomiroff (Divulgação)

“O ano catalisou mudanças e colocou à prova modelos de gestão e valores – de empresas, líderes, colaboradores e marcas. Tivemos forte queda no investimento em mídia tradicional, mas uma explosão do digital. Na Hogarth, o avanço de algumas áreas compensou o recuo de outras. Para 2021, fica o salto forçadoda transformação digital, a importância do posicionamentodas marcas e a necessidade de sermos todos mais empáticos.Afinal, quando o ser humano toma ciência de sua fragilidade,
ele se transforma. E isso foi bem bacana de ver e participar.”
Rafael Nasser – diretor-geral da Hogarth Brasil

Rafael Nasser (Divulgação)

“Se todo o mercado foi fortemente impactado pela pandemia, sem dúvida o de produção sofreu um golpe ainda mais duro. Isso resultou em um avanço de linguagens, processos e tecnologia que certamente passarão a fazer parte do nosso dia a dia a partir de agora. Fechar 2020 com algumas das campanhas mais lembradas do ano, para marcas como Ambev, Sprite, C6 Bank, Oi, TIM, Claro, Puma e Mercedes, nos enche de orgulho e empolgação
para 2021.”
Igor Ferreira – sócio e CEO da Corazon Filmes

Igor Ferreira (Divulgação)