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Por que a sua marca deve socorrer as instituições sociais brasileiras? Porque se nada for feito, agora, faltará consumidor para o seu produto no mercado brasileiro! A maioria das instituições sociais vive sérios problemas administrativos. No caso das organizações sociais privadas, que dependem de doações, a realidade é ainda mais dramática. Muitas já convivem com o comprometimento da qualidade de seus serviços e, em alguns casos, com a própria eficiência das atividades que proporcionam aos usuários em geral. Atento ao mercado da doação, é notória a direta relação entre a estabilidade econômica e o desempenho do setor. O hábito da doação ainda não está culturalmente solidificado no comportamento geral da população, e a vulnerabilidade do poder aquisitivo penaliza a prática, fruto ainda, na maioria das vezes, de ações pontuais, motivadas por gestos esporádicos de gratidão.

A limitação, praticamente a ausência, dos benefícios oficiais contribui para a inibição do ato de doar, elevando os índices de dramaticidade de um setor carente, necessitado de cuidados, de recursos e de atenção. As leis de incentivo existentes foram criadas para representar o efetivo recurso à maioria das instituições sociais, mas impõem também desconfortáveis restrições, que se transformam em verdadeiras penalidades. Algumas leis não permitem, por exemplo, a consideração integral do custeio dos salários dos profissionais das instituições, exceto quando conectados diretamente ao projeto em questão. Para a compra de equipamentos, nem todas as despesas decorrentes da operação são deduzíveis, ficando sob a responsabilidade das organizações os custos indiretos, refletindo no aumento das despesas administrativas.

O fato é que alguns reparos são necessários nessa operação, pois os recursos, além de socorrer as diversas organizações, permitem, em alguns casos, a visibilidade da marca e da empresa como contrapartida. Com isso, o retorno social está garantido, potencializado ainda pelo próprio retorno mercadológico, fundamental para destacar a atenção do consumidor consciente que saberá gratificar tais investimentos. As verbas e emendas parlamentares, aquelas direcionadas pelos vereadores, deputados, senadores e demais representantes políticos, também são vitais para o melhor funcionamento, adequada estrutura, necessárias reformas e atualização das instalações das instituições em geral. Mas, tais verbas nem sempre podem ser utilizadas livremente e, em geral, são carimbadas por árduas condições de contrapartidas, no caso das verbas municipais, por exemplo, inviabilizando o procedimento.

No caso das associações ligadas à área da saúde, se cotadas as eventuais contrapartidas pela defasada tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), a relação custo/benefício é extremamente desproporcional, transformando o benefício em verdadeiro sacrifício para as instituições. Obviamente que, quanto mais estáveis e crescentes estiverem os índices econômicos da nação, mais se tem o fortalecimento das instituições sociais. Quanto maior for o benefício concedido por lei ao doador pessoa física, mais sólidas e funcionais serão as associações sociais. Quanto mais flexibilidade tiver na consideração das necessidades das instituições na concepção dos projetos incentivados, mais benefícios serão garantidos, notadamente aos públicos e à causa atendida. E quanto menos exigências tiverem nas contrapartidas que, em geral, acompanham as verbas parlamentares municipais, certamente, serão garantidos mais auxílios às instituições.

Portanto, neste momento da vida do país, registro aqui alguns argumentos para reflexão. Desnecessário enfatizar a importância das instituições e organizações sociais, notadamente aquelas que alimentam em suas crenças a fiel identidade com as causas que defendem. No caso da saúde, todas precisam de todos, afinal muitos precisam dos serviços, dos atendimentos, da assistência e da atenção, nem sempre encontrados nos postos públicos de saúde. Seguramente, com mais mobilização, leis adequadas e benefícios que vão ao encontro das reais necessidades das instituições, somados aos esforços da própria rede pública e do próprio governo, aí sim, a população brasileira terá, enfim, a atenção que tanto merece. Só assim, e com a sua colaboração, a qualidade, o vigor, o potencial e a fidelidade do seu consumidor estarão garantidos.

Angelo Franzão é superintendente de marketing e captação de recursos da AACD (angelo@franzão.com.br)