Toussaint: modelo brasileiro privilegia plano de mídia com poucos canais e mais frequênciaPara os norte-americanos, a publicidade tradicional é mais eficaz do que a online. Eles também descrevem a propaganda na web como “irritante” e “perturbadora”, além de a maioria considerar que os banners não funcionam. As informações fazem parte do estudo “Click here: The state of online advertising”, divulgado pela Adobe. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos com mil consumidores e 250 profissionais de marketing, no último mês de outubro.

O sinal de alerta para a publicidade online lançado nos EUA é visto pela Adobe como uma oportunidade para o mercado brasileiro. “A gente vê o estudo como uma grande oportunidade para as agências, os anunciantes e os veículos trabalharem com mais relevância na web”, afirmou Guilherme Toussaint, executivo sênior de contas empresariais de digital marketing para América Latina da Adobe.

Segundo ele, o grande desafio é criar um conteúdo relevante na internet que seja complementar à leitura das pessoas e não invasivo. Apesar de o formato pop-up estar quase em extinção, o executivo considera que é possível fazer mais. “A palavra-chave é relevância, como colocar o conteúdo certo na hora certa”, destacou Toussaint.

Na opinião do executivo, o Brasil tem a vantagem de ter menos portais em relação ao mercado norte-americano. “O mercado norte-americano é muito pulverizado. Já no Brasil temos cinco portais que têm praticamente 90% da audiência — o que favorece criar um plano de mídia com poucos canais e mais frequência”, pontuou.

Toussaint também observa que os latinos interagem bastante com as marcas na internet, mais um ponto favorável. Ele destaca ainda que, para o anunciante, faz mais sentido comprar uma publicidade que tenha um perfil mais orientado para sua marca. “O anunciante está disposto a pagar mais para estar com um grupo que tem mais afinidade com a sua marca. A grande promessa da internet é que tudo pode ser medido, mas o desafio é saber o que deve ser medido”, ressaltou.

Curtir

O estudo da Adobe também mostrou que a maioria dos entrevistados utiliza as mídias sociais e que curte uma marca ou produto de sua preferência. A surpresa ficou por conta da menção que 53% fizeram em relação à vontade de ter um botão de “não curtir”, para expressar a insatisfação com um produto.