A Ideal – The Reputation Agency e a consultoria britânica TLG (The Leadership Group) divulgaram nesta quarta-feira (26) a pesquisa Thought Leaders 2012 – As Empresas Mais Influentes do Brasil, que traz um ranking das 20 empresas mais influentes do momento segundo mais de 200 formadores de opinião dividos em quatro grupos de interesse: empresas (32% dos entrevistados), governo (29%), mídia (20%) e ONGs/academia (19%). É a primeira vez que o estudo, criado em 2007 no Reino Unido, é realizado no país.

No Brasil, quatro empresas relacionadas ao mercado de internet/tecnologia, embora com modelos de negócios diferentes, lideram o ranking: Google, em primeiro, seguido por Apple, Microsoft e Facebook. A receptividade do Google entre os brasileiros é muito maior do que nos outros países por onde o estudo já passou, como Estados Unidos e Índia.

Segundo o ceo da TLG, Malcolm Gooderham, é a primeira vez, na história da pesquisa, que quatro empresas do mesmo segmento são as principais referências de reputação locais. “Isso pode demonstrar o amadurecimento definitivo da indústria da informação, da conectividade e da filosofia do Vale do Silício”, avalia. De acordo com o estudo, para 80% dos entrevistados o principal benefício que uma empresa tem ao ser considerada líder de influência é a confiança das pessoas. O fator confiança foi apontado como um elemento crítico, que dá à empresa uma espécie de “licença” para operar e crescer. “Essa é uma mensagem importante para as empresas: é preciso construir uma marca que seja mais do que confiável, uma vez que muitas empresas consideradas confiáveis eventualmente podem deixar de ser vistas como influentes”, diz Gooderham.

Para Eduardo Vieira, um dos sócios-fundadores da Ideal, um fator que chamou muito a atenção na pesquisa foi a ausência de empresas brasileiras em posições de liderança. Entre as top 20, somente sete são locais. “É um forte indício de que as companhias verde-amarelas não são tão eficientes em lidar com sua reputação, e influenciar seus mercados como as concorrentes internacionais”, observa Vieira. Nos índices da Europa, EUA e Ásia, a presença de companhias locais foi muito maior, com pelo menos metade do ranking. O ranking das 20 empresas mais influentes do Brasil sugere que o controle das marcas americanas no Brasil – e talvez em todo o hemisfério Sul  – seja mais forte do que na Europa e Ásia. Mega marcas americanas, como McDonald’s, normalmente não aparecem nos índices do estudo Thought Leader.

Detectou-se ainda a significativa presença do governo no ranking. Das sete empresas brasileiras entre as top 20, três são estatais – Petrobras, Banco do Brasil e Correios – e uma tem um forte componente estatal, a Vale. “Trata-se de um fator inédito nas pesquisas realizadas pela TLG no mundo. Em outros países, a presença de companhias estatais é ínfima”, afirma Gooderham.

Outra conclusão do estudo que contrasta com os resultados de outros países onde o índice foi realizado é a pouca representatividade das consultorias entre os formadores de opinião brasileiros. A McKinsey & Co. ficou em 96º no ranking, enquanto aparece no top 20 nos Estados Unidos.

Twitter e Amazon, com excelente desempenho nos demais índices, não tiveram nenhuma representatividade no estudo brasileiro. Nos EUA e na Europa, o Twitter está entre as top 10 empresas mais influentes. Caminho semelhante segue a Amazon, que também é destaque nos três rankings globais de Thought Leadership.

Alguns dos maiores anunciantes globais, como Unilever e P&G, e os maiores locais, como Casas Bahia e AmBev, não aparecem em posições de liderança no ranking. Isso indica, mais uma vez, que ter marcas reconhecidas e confiáveis não necessariamente implica em ter uma boa reputação perante os formadores de opinião. Tamanho, escala e investimentos em mídia não são suficientes para convencê-los da credibilidade e da influência das empresas em seus mercados.

Confira o ranking das 20 empresas mais influentes do Brasil:

1.    Google
2.    Apple
3.    Microsoft
4.    Facebook
5.    Petrobras
6.    Nestlé
7.    Boticário
8.    Sony
9.    Visa
10.  Coca-Cola
11.  Volkswagen
12.  Vale do Rio Doce
13.  Nike
14.  Natura
15.  Honda
16.  Banco do Brasil
17.  Correios
18.  Mastercard
19.  TAM
20.  McDonald’s