A Play It Again a anunciou na manhã desta terça (27) a Casa de Produsom, uma estrutura de trabalho que pretende oferecer dados qualificados e detalhados sobre os trabalhos que a empresa realiza, especialmente os que envolvem assuntos orçamentários. De acordo com Tula Minassian, sócio da produtora, o conceito decorre do aprendizado que a produtora de som teve com a PlayRK30, braço para a área de entretenimento.
“Nós tivemos que descobrir quais os custos reais e isso deu uma segurança grande de como é o nosso negócio”, afirmou o executivo. A ação é também uma reação às mudanças pelas quais tem passado o mercado de produção de som, cada vez mais sucateado na publicidade, segundo o Minassian. De acordo com ele, a iniciativa da produtora quer tornar mais “transparente” a relação com os seus clientes para que saibam o que efetivamente estão comprando. “A consciência não existe na negociação da publicidade na mesa de compra. O entendimento do que será comprado não está presente”.
Minassian apresentou também a criação do Núcleo de Produção e Pesquisa, coordenado por Gabriela Ruffino e André Minassian. A área será responsável por auxiliar os trabalhos e jobs das empresas que hoje integram o grupo (Play It Again, PlayRK30, PlayAmics, em Portugal e Polônia). “A tecnologia tirou o laboratório que era a nossa maior experiência. Hoje, não há olho no olho e isso está fazendo falta porque nós trabalhamos com sensibilidade”, disse ao contextualizar sobre a nova área, que terá entre as funções pesquisas sobre clientes, vozes, artistas e avaliação de roteiros.
Desabafo
O profissional também desabafou sobre o mercado de produção de som dentro da indústria publicidade. “O que está indo para o ar é lixo. É a pior qualidade”, disse. Isso, de acordo com ele, em muito é ocasionado pela redução do tempo destinado à criação dos trilhas. “Em publicidade, temos seis horas para fazer um trabalho”.
Outro problema, segundo o fundador da Play it Again, é que o uso (ou mau uso) de inovações tecnológicas têm feito com que o áudio ficasse cada vez mais de escanteio, principalmente com as famosas trilhas brancas. “Agência e anunciante não sabem de onde vieram as músicas, que podem até resultar em um processo de direito autoral. A tecnologia acabou com o negócio, para quem gosta do trabalho”.
Em contraposição a elas, a Play It Again te investido nas trilhas verdes, com o conceito de “sustentáveis e recicláveis”, segundo ele. São músicas feitas por profissionais da casa, disponibilizadas por um período para o cliente, que depois devolve os direitos. No portfólio da produtora há nomes como André Mehmari, André Abujamra, Alexandre Leão, Aymeric, Nelson Ayres, Nino Antunes, Paul Moursey, Thiago Corrêa e André Abujamra, que já foram exclusivos – o que hoje é inviável para o mercado, de acordo com Minassian.
Os principais clientes da produtora e de longa data são: Pão de Açúcar, Kaiser, Havaianas, Sadia Ypê e Totvs. E na operação carioca, iniciada em 2010 e resultado de parceria com a Casa do Mato, Petrobras, Eletrobras e OGX.
Futuro do mercado
Para Minassian, o “futuro da produção de som” é a área de entretenimento. A PlayRK30, lançada há três anos e dirigida de Bia Ambrogi, representa 30% do faturamento do grupo. “Em entretenimento, os prazos são respeitados”, afirmou. Entre os trabalhos da PlayRK30, estão as vinhetas para a Fox Sports, o filme do centenário do Corinthians e o novo DVD da dupla Chitãozinho e Xororó.