Quem nunca foi impactado por um anúncio publicitário andando pelas ruas da cidade? Quantas vezes você não ficou sabendo do lançamento de um produto ou da exibição de um filme pela janela do carro ou do ônibus? Não é de hoje que a mídia exterior conversa com o público. Mas será que o segmento ainda é eficaz para agências e anunciantes?
No Brasil, a recente profissionalização do meio, que trouxe players globais e empresas nacionais de grande porte para o mercado, fez com que os últimos anos, mesmo em um período econômico difícil, fossem de forte crescimento para a área. Segundo Violeta Noya, diretora-geral de mídia e negócios da Talent Marcel, isso se deu, entre outras razões, pela capacidade de as empresas entenderem e propiciarem novas formas de impactar as pessoas. “As marcas estão sempre em busca de impactar de forma relevante seus targets e, nesse caso, as experiências que o OOH podem propiciar elevam essas possibilidades”, afirma.
O avanço da tecnologia ajudou na expansão da mídia exterior. Do ponto de vista de inovação, cada vez mais surgem exemplos de integração dos formatos estáticos e a mídia digital (DOOH), assim como uma maior tendência a modelos que se aproximem do mobile. “Seja no DOOH ou nos formatos tradicionais, toda a cadeia, seja vendedores de mídia, agências ou anunciantes, todos estão pensando em como criar um modelo para que essa integração ocorra de forma natural.
Outra novidade, já aguardada, é a pesquisa Mapa OOH, que promete ser uma ferramenta que vai ajudar a medir a eficiência da mídia”, revela Marco Muñoz, diretor de operações da Posterscope, especializada em mídia out of home, que pertence à Dentsu Aegis Network.
Para Violeta, que antes de assumir a mídia da Talent Marcel presidia a Otima, as agências hoje já contam com muito mais suporte e ferramentas para mensurarem os retornos das campanhas de OOH. “A entrega de mídia, algo que no passado era uma preocupação, hoje já não é mais, pois as empresas mais relevantes do setor comprovam, por meio do IVC, as postagens das campanhas. Na minha experiência recente, já fazíamos mídia OOH com retargeting mobile, fazíamos o cross mídia de campanhas com YouTube e também combinávamos com Twitter, para gerar o buzz necessário para as marcas e potencializar ainda mais seus investimentos no digital”.
Mesmo com os novos recursos, será que o anunciante continua aberto para essa mídia? Segundo Muñoz, sim, e eles já entenderam o poder de se comunicar com seus clientes em diferentes momentos. “A quantidade de anunciantes que estão cada vez mais investindo na mídia é o primeiro indicador. O segundo é a preocupação de grandes anunciantes para entender melhor o OOH e como criar melhores planejamentos, um movimento que envolve as áreas de procurement das empresas, marketing, pesquisa e comercial”, analisa.
Segundo análise da Ipsos Connect 2016, OOH é a que possui maior exposição entre a população economicamente ativa. Nas regiões da Grande São Paulo e Rio de Janeiro, o out of home e a TV aberta são os meios de maior exposição em todas as classes sociais e faixas etárias. “Entendo que muito rapidamente o OOH terá uma parcela mais representativa do meio publicitário na medida em que os anunciantes e agências experimentarem seu potencial”, finaliza Violeta.