Entre os grandes desafios de cases digitais, um dos maiores é a gestão de projetos. Tanto que há alguns anos é comum que as grandes agências tenham um gerente de projetos. No caso da Publicis, este cargo é ocupado por Nádia Mathias. A profissional palestrou nesta sexta-feira (13) durante o Social Media Week 2019. PROPMARK esteve presente e traz alguns insights divididos pela executiva.
Segundo Nádia, o gerente de projetos não tem uma formação específica. “É muito mais perfil de profissional do que a formação em si. Ele tem que ser multidisciplinar, tem que ter uma visão generalista, porque você vai gerir projetos em todos os âmbitos”, diz ela, que é jornalista por formação.
“Com quem o gerente de projetos lida diariamente? Todo mundo”, brinca Nádia. Sobre metodologias – ou “a parte chata”, como a gerente define – há diversos tipos, mas todas mudam de acordo com o case ou com as necessidades. “No dia a dia é uma mescla”, elucida.
O objetivo maior das metodologias, de acordo com a profissional, é desenvolver potenciais. Outro detalhe importante ao pensar sobre gestão de projetos é a tripla restrição, conceito que fala do equilíbrio entre escopo, tempo e custos com foco na qualidade. “Não existe projeto rápido e barato. Se for rápido e barato, não vai ter qualidade. Parece óbvio, mas no dia a dia as pessoas não entendem. Se quer qualidade e rapidez, ele não vai ser barato”, exemplifica.
Para Nádia, o gerente de projetos precisa “jogar a real” para o cliente. “É o seguinte, pra entregar nesse prazo, vai custar tanto e essas vão ser as etapas”, explica.
Nádia apresentou dois cases, um de Bradesco para o Lollapalooza e outro de Heineken para o Rock in Rio. No caso do banco, a estratégia era a vincular a imagem da empresa ao evento, não só como patrocinador, mas fazê-lo pertencer ao festival. Já a marca de cerveja apostou numa promoção focada no conteúdo criado pelo próprio consumidor.
Em ambos os casos, gerenciar o projeto foi um desafio e, entre as semelhanças, a profissional destaca a importância da segmentação.
Além disso, é preciso se preparar para as mudanças. No caso de Bradesco, por exemplo, a gerente revela que o cronograma teve 38 versões diferentes.
Nádia também destacou que é importante ter calma e lembrar que nem todos os colaboradores funcionam da mesma maneira. Alguns tem mais intimidade com o digital, outros são mais analógicos. Por isso, em alguns casos, “o bom e velho post-it funciona muito bem” para acompanhar o andamento do projeto.