A lei russa que proíbe qualquer tipo de manifestação LGBT em espaços públicos, aprovada em junho de 2011, vem gerando protestos durante as Olimpíadas de Inverno em Sochi. O evento teve início nessa quinta-feira (6) e a abertura oficial está programada para esta sexta-feira (7).
Os presidentes da França, François Hollande; dos Estados Unidos, Barack Obama; e da Alemanha, Joachim Gauck, anunciaram que não viajam a Sochi para ver a cerimônia – tudo leva a crer que as ausências serão uma forma de protestar contra as violações de direitos humanos na Rússia, principalmente com relação aos homossexuais. Ativistas e atletas vêm pressionado os patrocinadores dos Jogos, entre eles P&G, Samsung, McDonald’s e Coca-Cola, a se posicionarem sobre a causa. Os contratos de patrocínio entre o Comitê Organizador e as empresas chegam ao valor de u$ 1,4 bilhão.
Recentemente, a Coca-Cola sofreu acusações de homofobia na internet. A marca lançou um site que permitia a criação de latinhas personalizadas, porém, os usuários recebiam uma advertência quanto tentavam inserir a palavra “gay”. Ao digitar o termo, a página exibia a mensagem: “Oops. Vamos fingir que você não digitou isso. Por favor, tente outro nome”.
A ação do McDonald’s “Felicidades para Sochi”, que convidava o público enviar uma mensagem sobre o evento, também foi alvo de protestos na web. “Ei, @McDonalds: Você está mandando #FelicidadesParaSochi enquanto capangas vestindo uniformes das Olimpíadas atacam pessoas LGBT”, dizia um dos comentários na rede social Twitter.
Apoio à causa
A ONG All Out, responsável por organizar manifestações em diversas cidades ao redor do mundo, como Nova York, Melbourne e Paris, declarou que os patrocinadores precisam “sair de seu silêncio sobre as leis antigay russas”. “É o momento de obrigar os patrocinadores a utilizarem seu poder econômico, com o objetivo de chamar a atenção para estas leis discriminatórias”, escreveu a ONG.
Em sua página principal, o Google demonstrou apoio à comunidade gay substituindo o logotipo habitual por uma versão com as cores da bandeira LGBT. Sob a barra de buscas, o buscador colocou a mensagem: “A prática esportiva é um direito humano. Todas as pessoas devem ter a possibilidade de praticar esporte sem qualquer tipo de discriminação e conforme o ideal olímpico, que exige compreensão mútua e um espírito de amizade, solidariedade e fair play”.
Apesar de não ser patrocinadora dos Jogos, a operadora de telefonia celular norte-americana AT&T manifestou-se a respeito do assunto em seu blog. “Agora que os jogos começam, nós estamos aqui para apoiar e inspirar os atletas americanos que trabalharam duro e se sacrificaram muito para alcançar seus sonhos. Nós também queremos deixar registrado o nosso apoio à comunidade LGBT e esperamos que os outros participantes envolvidos nos Jogos Olímpicos façam o mesmo”, publicou. O canal inglês Channel 4, a Cervejaria BrewDog e o Instituto Canadense de Diversidade também demonstraram apoio à causa.