Farhat: marketing tem que ter veracidade

 

Presidente da P&G no Brasil, Tarek Farahat, foi o primeiro palestrante a se apresentar no 3º Fórum de Marketing Empresarial, na manhã deste sábado (18). Inspirado no tema “Transformações nos hábitos de consumo”, o executivo contou um pouco da história e grandiosidade de sua empresa, fundada na cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, há 174 anos, e hoje com operação montada em 80 países, mas com seus produtos abrangendo 180 mercados ao redor do mundo.

Farahat creditou muito do sucesso da P&G à postura como anunciante. “Somos o maior anunciante do mundo. Acreditamos na publicidade. Sem ela, ninguém teria conhecimento sobre nossa marca e, consequentemente, não comprariam nossos produtos”. O executivo enfatizou, porém, que a postura de uma empresa diante de sua comunicação e relação com os consumidores é muito mais relevante que sua imponência. “Não acho que o tamanho realmente importa. Aproveitamos nossa estrutura e escala para oferecer cada vez mais inovação e soluções, mas nosso objetivo é gerar cofiança a ponto de estar na cara, no cabelo, no quarto, no banheiro dos consumidores. Você não convida ninguém que você não confie para entrar na sua casa. Para nós, é muito importante estar na mente e também no coração do público”, acrescenta.

O potencial brasileiro, que oferece oportunidades de crescimento muito significativas para uma empresa como P&G, também foi apontado como de grande relevância por Farahat, que enxerga o mercado como bem desenvolvido, mas com um farto bolo do qual sua empresa pode conquistar mais fatias. “Estamos aqui há 24 anos, enquanto nossos principais competidores chegaram a 60, 70. Isso é bom, porque eles criaram hábitos de consumo muito relevantes e consolidados. Não precisamos criar uma festa, só participar dela da melhor forma possível”.

Sobre as dificuldades que uma crise econômica pode gerar para empresas como a P&G, Farahat foi direto: “Sempre digo dentro da empresa que nós não vendemos PIB (Produto Interno Bruto), vendemos produtos. Ninguém deixa de tomar banho porque o PIB caiu”. Abordando a ascensão de classes no Brasil, o presidente da P&G também indica boas perspectivas no aspecto mercadológico. “Além da renda em si, a maior penetração de mídia, mesmo que a TV, faz com que a população tenha cada vez mais educação, levando-a a investir esse dinheiro em sua própria vida. Eles querem um upgrade em tudo que é posível. Se a televisão tinha 20, eles compram uma de 32 polegadas. Se usavam uma Gillette Prestobarba, vão passar a usar um Mach3”, exemplifica.