Mário Baccei: Copa do Mundo foi essencial para bom desempenhoEm meio às turbulências econômicas que marcaram o ano, as emissoras de rádio não têm do que reclamar. O vice-presidente das rádios do Grupo Bandeirantes, Mário Baccei, afirmou que todas as emissoras registraram crescimento. “Acompanhamos o movimento do mercado e certamente a Copa do Mundo ajudou o setor a ter um resultado positivo.”

Segundo ele, o mundial de futebol foi importante para consolidar a força do Grupo Bandeirantes, que lançou a Rede Verde e Amarela, em que mais de 200 emissoras, incluindo as rádios Bandeirantes AM/FM, BandNews FM, Nativa FM e Band FM, Bradesco Esportes FM e Sul-

América Trânsito FM, se juntaram para cobrir o evento mais importante de 2014.

Segundo ele, o projeto foi um sucesso e trouxe novos anunciantes para o portfólio da rede de rádio, que fizeram a diferença. Baccei ressaltou que uma das apostas do grupo para este ano foi uma maior interação com o ouvinte, por meio de diversas plataformas. “Lançamos um aplicativo para smartphones e tablets, que reúne todas as rádios do Grupo Bandeirantes, o Band Rádios. Também começamos a usar o WhatsApp como mais uma forma de comunicação e interatividade com a audiência, que, além de mandar mensagens, pode enviar áudio às rádios.”

Baccei ressaltou que foi um ano bastante importante para o meio como um todo: “Houve um aumento na audiência da rede de rádio, de uma forma geral”. Segundo ele, recentemente, o Ibope divulgou um estudo que apontava o alcance do rádio. No Brasil, o meio atinge 90% da população brasileira, sendo que 70% do universo pesquisado utilizam o meio de comunicação como forma de entretenimento. “O rádio, diante das novas tecnologias, está se adaptando muito bem, tanto que a internet é um novo meio de distribuir o rádio.”

Para ele, este ano não foi muito diferente de 2010, quando o cenário foi parecido, com Copa do Mundo e eleições. “Esse cenário aponta para uma retração do mercado nos meses de julho, agosto, mas que não irá comprometer o resultado final do ano.” Sobre as perspectivas para 2015, o executivo disse que o grupo está atento às demandas do mercado e em busca de conteúdo inovador.

Para o setor, no ano que vem, segundo ele, haverá uma retração do mercado. “Dessa forma, creio que o setor terá um desempenho de acordo com a nova política econômica do governo. Imagino que as perspectivas são otimistas, porém é preciso ter cautela.”

O vice-presidente da Joven Pan, Marcelo Carvalho, também afirmou que 2014 foi um ano muito produtivo e positivo para a rádio. Segundo ele, principalmente para a Jovem Pan de São Paulo, que lidera a Rede Jovem Pan SAT, foi um ano de mudanças e de renovação. “Foi um período de muito trabalho, com a estreia de programas, chegada de novos profissionais, além do investimento mais forte em outros meios de comunicação, incluindo a internet e, com ela, as redes sociais.”

De acordo com o executivo, um dos destaques da programação foi o programa “Os Pingos nos Ís”, que é hoje o novo formato de programa de informação e opinião que movimenta a cidade de São Paulo. “A atração é a nova sensação do jornalismo da Jovem Pan, líder de audiência no horário das 18h às 19h, apresentado e comandado pelo jornalista político Reinaldo Azevedo, com a participação dos profissionais Patrick Santos e Mona Dorf.”

Carvalho ressaltou que a Jovem Pan, hoje, é multiplataforma e um veículo que fala e interage muito mais com os seus ouvintes, tanto na Jovem Pan AM como na Jovem Pan FM, e também nas demais emissoras afiliadas à Rede Jovem Pan em todo o país. De acordo com ele, em termos estratégicos, o ano de 2014 foi determinante em mudanças organizacionais e operacionais. “A racionalização de custos representou um fator preponderante em meio à crise econômica que vive o país. Praticamente todas as empresas brasileiras, hoje, enfrentam a necessidade de maior agilidade e racionalização. E o setor radiofônico não é diferente.”

Segundo Carvalho, ano de crise econômica exige mais criatividade, mais agilidade e, consequentemente, maior racionalização do trabalho. “A expectativa de desempenho de 2014, em relação a 2013, é de um crescimento de 10%.” Já José Luiz Nascimento Silva, diretor de mercado do Sistema Globo Rádio, acredita que o ano tenha sido difícil para o setor, tanto pelos efeitos político-econômicos, como também pelo desempenho da nossa seleção durante a Copa do Mundo. “Mesmo assim, estamos esperando um crescimento significativo em relação ao ano passado, em todas as nossas emissoras.”

Segundo ele, a empresa realizou várias alterações na grade das rádios, que geraram resultados positivos em audiências. “Além disso, também teve o projeto de Copa do Mundo, tanto da Globo como o da CBN, que contribuiu muito para o incremento dos investimentos publicitários e para resultados dos anunciantes.”

No que se refere às eleições, Silva disse que o objetivo foi tentar preservar o conteúdo das emissoras. “Assim sendo, comercialmente, convivemos com uma redução expressiva dos espaços publicitários diante da ocupação determinada pela propaganda eleitoral gratuita.”

Por outro lado, ele contou que a busca por informações dos candidatos, o acompanhamento do noticiário e as entrevistas motivaram ouvintes a consumir mais a programação. Para o ano que vem, a meta é continuar crescendo em audiência e em faturamento. Já para o setor, de uma forma geral, a perspectiva, segundo o executivo, é de um ano mais trabalhoso e em que anunciantes precisarão racionalizar investimentos, em busca de resultados de curto prazo para dar continuidade aos seus projetos.