Anne Marie Schiller, da Rapp

 

A Rapp está renovando a sua proposta de atuação globalmente. O novo conceito da companhia, “Where brands live now” (Onde as marcas vivem agora), considera que as marcas se tornaram o que os consumidores falam acerca delas – e o que eles dizem está baseado nas experiências que tiveram. A nova proposta da agência é “criar experiências que transformam o modo como as pessoas falam, sentem e agem” em torno de uma marca.

“Basicamente, entendemos que era necessário mudar a definição de quem era a agência. Se os consumidores estão no controle, precisamos encontrar um modo de estarmos próximos, e eles estão em toda a parte. Onde as marcas vivem hoje é onde os consumidores estão”, define Anne Marie Schiller, cco da Rapp mundial. Anne é uma das pessoas-chave envolvidas em desenvolvimento de equipes e ferramentas com foco em inovação. A executiva veio ao país apresentar novas metodologias que estão sendo implementadas nos 30 escritórios da companhia ao redor do mundo.

A Rapp Brasil é o sétimo escritório a adaptar-se ao conceito. Uma nova plataforma de trabalho está sendo implementada. O objetivo com a ferramenta, que permite a visualização dos projetos em desenvolvimento, é criar um ambiente colaborativo online e trazer mais transparência. “O mundo transformou-se em digital muito rapidamente e isso requer, das agências, novas habilidades e produtos. Muitos princípios permaneceram, mas há demanda por novas competências”, afirma. “O que costumava ser publicidade não é mais publicidade. Hoje, o consumidor detém as marcas. Precisamos estar onde ele está, e isso mudou tudo”, complementa.

Com forte atuação em marketing direto, a agência, pertencente ao grupo Omnicom, tem uma longa história com coleta de dados. Mas o ambiente social criado com a internet desafia a expertise de 45 anos da Rapp em database e requer uma nova forma de mapear as motivações dos consumidores.

O novo conceito considera que a publicidade também transformou-se dramaticamente. Verbas generosas para campanhas não garantem o engajamento dos consumidores. Para Anne, as agências não devem pensar se uma campanha deve ser digital ou não, mas se efetivamente conecta indivíduos e marcas. “Pensávamos mais nos canais, se era marketing direto ou digital. Mas isso não é o modo como os consumidores veem. Temos que entender como formam opinião sobre uma marca, o que motiva sua compra e o que conduz tais comportamentos”, acredita.

A nova proposta da companhia deve auxiliar a Rapp Brasil, que vem buscando posicionar-se como uma agência full service. De acordo com a executiva, a adaptação é uma demanda do mercado. “Historicamente, a Rapp Brasil atuou muito com marketing direto e digital. Mas hoje temos que fazer muito mais, atuando em mobile, social e na construção de marca. Isso requer novas competências”, afirma.