Os novos hábitos de consumo de televisão vêm mobilizando o ambiente estratégico das principais redes do país. Na Record TV não é diferente. Todas as plataformas omnichannel do Grupo Record estão em processo de convergência. De acordo com o vice-presidente de jornalismo Antonio Guerreiro, a emissora se posiciona como produtora de conteúdo que extrapola as fronteiras do meio.

“Os programas exibidos estão disponíveis na TV, mas também no PlayPlus (o serviço de OTT do Grupo Record, com transmissão linear e on demand), nas redes sociais, em outras plataformas de vídeo e streaming, no R7.com. Nossos programas da TV têm também extensões exclusivas para o digital, distribuídas em diferentes plataformas, com conteúdo próprio e pensado para cada uma delas. A ideia é que o público possa ter acesso à Record TV, de onde estiver, quando quiser, da maneira que preferir. Sempre de maneira confortável e com conteúdo pertinente ao device pelo qual ele está nos acessando – seja ele a própria TV, um celular, tablet ou até uma geladeira, se um dia pudermos conseguir colocar conteúdo ali também”, esclarece Guerreiro.

No PlayPlus, conteúdos como os realities A Fazenda e Power Couple, além dos quadros transmídia da grade, são acessíveis. “É um marketplace de conteúdo, o primeiro do país, que entrega ao consumidor também conteúdo de outras produtoras e canais de TV. A Record TV tem ainda negociações com outros serviços de streaming, como é o caso da Netflix, que traz em seu catálogo o Canta Comigo e algumas de nossas novelas, e do Univer, que traz as tramas bíblicas em sua programação. Nas redes sociais e no YouTube, conteúdos exclusivos e transmissões ao vivo da programação (como é o caso das edições e boletins do Jornal da Record) também são pulverizados, de acordo com as especifidades e hábitos de consumo de cada plataforma”, detalha Guerreiro.

Antonio Guerreiro, VP de jornalismo da Record TV, fala que PlayPlus é um marketplace (Edu Moraes/ Divulgação)

A TV on demand veio para ficar devido à liberdade de escolha que ela garante em vários tipos de device. Guerreiro afirma que, consequentemente, o streaming é item da pauta de expansão do grupo.

“As estratégias de conteúdo das plataformas estão totalmente integradas à construção de conteúdo da própria TV – ou seja, extensões de nossos programas são planejadas para a plataforma. É o caso recente de O Hospital, que estreou com exclusividade no PlayPus e tem episódios novos, inéditos, publicados semanalmente no serviço de OTT – antes mesmo da exibição na TV. Cenas extras e um documentário referente aos bastidores da produção são mais conteúdos transmídia exclusivos disponibilizados no PlayPlus.”

Segundo Guerreiro, o OTT da Record TV também tem direcionamento para conteúdos exclusivos. “Recentemente criamos, dentro do departamento de jornalismo, um spin-off do setor, uma área de documentários. Essa equipe produz conteúdo não só para a Record TV, mas para o PlayPlus e outras plataformas digitais ou off-line. Seguimos ampliando a programação do nosso serviço próprio de OTT, sem dispensar negociações com outras plataformas.”

O avanço do streaming não inviabiliza canais abertos ou fechados. Mas há risco. “É complementar. Atingem públicos diferentes ou em momentos diferentes da rotina do consumidor. Há espaço e atrativos para ambos serviços. Mas é natural que a oferta de preços gere uma pressão sobre o cabo, tradicionalmente mais caro. Hoje nossos planos comerciais integram transmissão/exibição na TV com as plataformas digitais. Sempre. Seja uma integração com serviços de streaming, seja com o R7.com e outras possibilidades de conteúdo”, afirma o VP de jornalismo da Record TV.

Guerrero acrescenta: “O streaming está relacionado ao acesso, cada vez maior, que o público tem tido às plataformas digitais. Quanto mais acesso as pessoas têm à internet, acesso de maior qualidade, maior o consumo de conteúdo digital – gratuito e pago. Hoje as redes sociais, por exemplo, entregam conteúdo em vídeo, ao vivo e on demand, que podem ser consumidos com pacotes gratuitos no celular. Já é acesso a consumo de conteúdo de uma maneira nova, diferente do linear da TV aberta, e em que estamos inseridos”.