O novo anúncio de seguro residencial da John Lewis gerou críticas e discussões pelas redes sociais. O vídeo mostra um garoto caminhando pela casa enquanto usa roupas e acessórios vistos como “tipicamente femininos”, como joias, batom e salto alto.
A campanha criada pela Adam & Eve DDB foi dirigida por Tom Kuntz e produzida por MJZ. O vídeo mostra a criança dançando e bagunçando a casa, quebrando os vasos, sujando as paredes de tinta e derrubando quadros.
Lançado no dia 11 de outubro, o vídeo “Let life happen” é um remake do anúncio da marca “Tiny Dancer”, de 2015. No original, uma menina rodopia em torno de sua casa, como uma bailarina, totalmente imersa em sua performance e alheia ao caos que quase cria.
O novo vídeo de 60 segundos soma mais dislikes do que likes — até o momento 7,7 mil pessoas marcaram que não gostaram do vídeo versus 4,1 pessoas que gostaram.
Dentre os comentários, alguns criticam a campanha por retratar, o que na visão deles seria uma criança mimada, e outros por terem se incomodado com a a aparência do menino. “Comportamento terrível. Garoto bonito, mas por que você está encorajando um comportamento tão mimado, autoritário e destrutivo?”, questiona um espectador. “Alguma chance de uma empresa nos vender um produto hoje em dia sem enfiar algum tipo de agenda em nossas gargantas?”, diz outro. “Isso teria sido um anúncio engraçado 20 anos atrás, mas agora parece que eles estão tentando forçar uma agenda”, reflete outro.
Além disso, parte do público chamou a propaganda de enganosa. “A criança parece fofa, nada de errado em um menino usando vestido ou maquiagem. Mas ele está sendo horrível! Por que a mãe está sentada lá deixando-o destruir a casa? Não é sobre como ele está vestido, é o fato de que seu comportamento está sendo aplaudido enquanto ele se expressa e ninguém está intervindo quando ele está sendo destrutivo e desrespeitoso”, escreveu um espectador. “O menino está causando danos intencionais que nenhuma seguradora que se preze pagará”, apontou outro.
Houve ainda comparações entre as versões de 2015 e a atual, dizendo que “as pessoas não tenham nenhum problema quando o mesmo comercial estava estrelando uma garota”. “Mas agora é um menino, então é sexista, é sexualização, privilégio masculino, masculinidade tóxica, patriarcado, lixo acordado, criança não comportada e blá blá blá. Apenas cinco anos se passaram e as pessoas pararam de entender o humor, que algumas coisas e comerciais podem ser piada, eles são exagerados para trazer à tona alguns pontos específicos que os autores tinham em mente. Nem tudo hoje em dia existe para ser 100% sério”, indicou um comentário.
Mas o material também gerou boas reações. “Anúncio engraçado e alegre! Genuinamente me fez rir!”, “Vocês precisam ter senso de humor. Isso foi hilário”, “Absolutamente amo isso! Tão atual e tão divertido! Todas as marcas devem tomar nota!”, “Sério, o melhor anúncio que vi literalmente em anos”, “Amo a energia nisso” e “John Lewis sempre superando com os anúncios cativantes” são alguns dos comentários a respeito.
Nas redes sociais, a empresa se pronunciou, explicando a mensagem que quiseram passar com o anúncio. “Na John Lewis, acreditamos no direito das crianças de se divertirem e é por isso que escolhemos esse enredo lúdico para o nosso último anúncio. Ele foi pensado para mostrar o jovem ator se deixando levar por sua performance dramática. Ele não está danificando de propósito a sua casa e nem está ciente das consequências de suas ações”, diz a nota. “Se os clientes tiverem cobertura de danos acidentais com nosso seguro residencial, isso cobrirá uma série de desastres domésticos maiores e menores – incluindo danos não intencionais causados por crianças da família”, diz o comunicado.