Uma das principais produtoras de áudio do país, a Satelite está prospectando o mercado externo. A ideia é buscar espaço no que já teve destaque em seu portfólio nos primeiros seis meses do início da sua operação. Realizou uma ação na América Latina para a Dentsu e seu cliente Toyota Hilux. Mais tarde produziu Padres, para a Mastercard, com criação da McCann com flight global. O comercial Castanholas, da Ogilvy para Motorola, também visou passaporte para diversos países. Também coordenou o som de uma campanha europeia para o perfume Daviddoff.
Os sócios Roberto Coelho e Kito Siqueira não podem detalhar o projeto atual, mas participam de campanha para a BMW em produção na Alemanha. É reflexo da parceria com os diretores Jones + Tino, da Stink, que contribuiu para a conquista do Grand Prix da área Film do Cannes Lions com o filme 100, que também assegurou o Grand Clio de áudio. Esse mesmo trabalho ganhou Leão de prata na categoria Som Original este ano quando os jurados não designaram nenhum ouro.
Nesses dez anos de atividades, a Satelite encorpou a filosofia de trabalhar com “projetos e narrativas legais”. Segundo Coelho, pode ser um cliente de pouca expressão, “mas fazer o melhor” é um vetor que norteia a equipe, de 20 profissionais, que faz sound design, música, casting, gravação e mixagens. “No exterior é comum as produtoras especialistas, mas nós somos holísticos”, diz Coelho.
Um dos projetos que os sócios da Satelite destacam é o Leica Sound Lab, que usou a técnica “binaural ou 3D do som”. Um contêiner foi montado na Galeria Leica, em São Paulo, com seis imagens “icônicas” entre as quais a célebre The sailor kissing the nurse, registrada na Times Square, em Nova York, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ou a foto da vietnamita nua em fuga após ataque de agente laranja. Por Skype, a Satelite gravou uma atriz gritando e sons de bombas explodindo.
“O incrível é essa atriz ser prima da mocinha da foto. Cada foto tem dois minutos de áudio dentro do conceito de sound design”, detalha Coelho. Além da publicidade, a Satelite está flertando com o cinema. As trilhas dos curtas Royalle with cheese, do diretor Rodrigo Lewkowicz, e A noite dos palhaços, de Juliano Luccas, têm a assinatura da produtora. “Hoje a publicidade concentra 98% das nossas receitas. Queremos expandir para o cinema, inclusive longas”, finaliza Coelho.
