Os jovens de 18 a 24 anos apresentam orgulho em ser brasileiro e otimismo quanto ao futuro do País, de acordo com o projeto “Sonho Brasileiro”, divulgado nesta segunda-feira (13), pela Box1824, empresa com atuação no mapeamento de tendências de comportamento. A nova geração demonstra também um comportamento mais coletivo e atuante na sociedade.

89% dos jovens disseram ter orgulho do País, enquanto 11% afirmaram ter vergonha. E 75% pensam que o Brasil está mudando para melhor. De acordo com Gabriel Milanez, sociólogo, o resultado reflete dois aspectos: “Pelo viés interno, o Brasil está melhor do que no passado, é um lugar onde as coisas são possíveis; e pelo lado externo, o mundo está reconhecendo o País”, diz. Entre os quesitos de projeção, somente o confronto entre e ética e corrupção é pessimista. 43% dos participantes analisam que nação estará mais próxima da corrupção nos próximos anos do que da ética, que ficou com 38%.

De acordo com o projeto, a nova juventude tem “drivers”, como hiperconexão, não-dualismo e micro-revoluções que os diferem das gerações que vieram antes. Com isso, fogem de conceitos como bipolarização e acreditam, 92%, em ações pequenas que aos poucos vão transformando a realidade das pessoas. A “Brasília política”, como denominam a “política velha” já não diz muito para eles, em um cenário em que 59% afirmam não ter partidos políticos e 83% analisam que os políticos se afastaram da essência da atividade da política.

Essa postura também reflete no universo do consumo, em um quadro em que os jovens consideram a demanda elevada, como explica Milanez. “O consumo para eles é uma atitude política. Têm uma visão mais crítica das empresas e cobrem um papel social delas. Eles não esperam marcas que se posicionem pelo discurso, mas que ajam. E transparência é uma palavra muito forte, no âmbito do governo ou da empresas”.

A pesquisa chegou também ao que se denominou de “transformadores” ou “jovens-pontes”, pessoas que se caracterizam por agir nas mais diversas áreas, seja em projetos de sócioeducativos, cultura ou economia comunitária. “Todos eles acreditam que estão transformando a sociedade. Se pegarmos estas micro-revoluções teremos um impacto muito grande”, defende Carla mayumi, sócia da Box1824. 8% dos entrevistados se encaixam neste perfil, o que significaria dois milhões de jovens, se aplicado o percentual ao total de brasileiros com faixa etária de 18 a 24, cerca de 26 milhões, segundo dados do IBGE.

A pesquisa, na fase quantitativa realizada pelo Datafolha, entrevistou 1784 pessoas de 173 cidades em 23 estados do Brasil, com perfis sociais distintos, das classes A a E. Na fase qualitativa, foram entrevistos jovens, das classes A, B e C, que residem nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

O estudo recebeu patrocínio das marcas Itaú e Pepsi, além do apoio de mídia da Globo. A partir do dia 20 de junho, todo o material será disponibilizado no site www.osonhobrasileiro.com.br.

por Marcos Bonfim