Mercado global de influência deve fechar o ano de 2023 com faturamento de US$ 21,1 bilhões, 29% acima do ano anterior, segundo o Relatório Benchmark

As marcas querem exercer influência sobre consumidores e prospects. E não basta mais programar flights de publicidade por meio do modelo tradicional. Outros modelos estão no foco para atingir o alvo, gerar convergência, fidelizar e entreter.
Nos últimos anos, influencers assumiram papel estratégico para essa interação, cada vez mais multiplataforma. Esses personagens podem estar agregando valor nas redes sociais, em ativações, comerciais de TV, anúncios, OOH, eventos e desfiles. Os influencers permeiam todas as faixas etárias. O importante é a conexão com nichos com precisão cirúrgica. Grandes marcas montam squads para orientar estratégias e também protagonizarem campanhas. Nem sempre, porém, são eficazes.

“Quando escolhemos trabalhar com influs, há uma transferência de reputação. Enquanto marca, você transfere reputação para o influenciador e, enquanto influenciador, ele transfere reputação para a marca. O fator mais importante na hora de selecionar um influencer é entender a pertinência que ele tem com a marca, os clientes e o desafio da comunicação naquele momento, além da qualidade do conteúdo que ele cria. Para que sejam eficazes, as ações devem ser feitas junto a influenciadores que tenham a ver com os negócios e seus conteúdos sejam consumidos pela audiência de interesse da marca. As plataformas de redes sociais possuem características específicas de público e formato de consumo de conteúdo. O X é diferente do TikTok, que é diferente da Twitch e por aí vai. Então, na criação da estratégia, identificamos onde o público de interesse se encontra e avaliamos os influenciadores que são mais estratégicos para nossos objetivos”, pondera a executiva Vanessa Campos, diretora de conteúdo da WMcCann.

Assim sendo, o monitoramento de dados é essencial no planejamento. Pesquisa IWM Group atesta que os creators estão mais maduros e conscientes do seu papel. 75,9% dos pesquisados enxergam que houve muita evolução e profissionalização no mercado de influenciadores nos últimos seis anos. 16,7% observam uma evolução/profissionalização média e 7,4% sente que houve pouca evolução, quantifica o estudo da IWM.

“Ao serem questionados se no desenvolvimento de trabalhos têm preferência pela interlocução direta com o cliente/anunciante ou através de agências de marketing de influência, 40,7% dos pesquisados preferem as agências de marketing de influência, ao tempo que 38,9% preferem lidar direto com o cliente/anunciante. Para 20,4% da base, é indiferente o interlocutor para a realização do trabalho”, explica Murilo Oliveira, sócio-fundador e CEO da IWM, uma das principais agências do mercado de influencers.

A Squid, outra gigante do segmento, lançou o primeiro Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil, um retrato oficial dos influenciadores de todo o país. “Em sua maioria, os criadores de conteúdo brasileiros são mulheres (74,4%), estão no Sudeste (61%) e fazem parte das gerações millennials, de 30 a 39 anos (36%) e zennials, de 24 a 29 anos (26%)”, resume Felipe Oliva, CEO da Squid.

“Também destacamos no estudo que a plataforma Instagram segue sendo a rede social na qual os influenciadores mais estão presentes, embora outras redes tenham ganhado força, como o TikTok. Como rede social principal, 76% dos criadores de conteúdo ouvidos disseram usar o Instagram, seguido por TikTok (13%) e Facebook (4%). Além disso, o principal formato no qual os criadores de conteúdo gostam de produzir são os Stories, seguido por Reels e post no feed, todos os modelos usados no Instagram. Os short vídeos, modelo principal do TikTok, são muito usados pela geração Z, reforçando que a rede social é uma das queridinhas pelos criadores entre 16 e 24 anos”, prossegue Felipe Oliva, que posiciona a Squid não como agência, “mas como empresa que faz uso de tecnologia para entregar os melhores resultados e estratégias no mercado de marketing de influência”.

Gil do Vigor, ao lado de atriz do filme “Maior Pré do Brasil”, para a Vivo, com criação da VMLY&R e produção da Boiler (Divulgação)

O mercado global de influência deve fechar o ano de 2023 com faturamento de US$ 21,1 bilhões, 29% acima do ano anterior, segundo o Relatório Benchmark. A informação é de Rodrigo Azevedo, CEO da Influency.me. Segundo ele, as marcas estão contratando mais influenciadores em 2023 do que nos anos anteriores. A Influency.me projeta contratar cerca de 50 mil influenciadores até o fim do ano. Somente no primeiro semestre de 2023, foram arregimentados mais de 26 mil influenciadores pela plataforma. Dados da Nielsen indicam um volume de 500 mil influenciadores no Brasil.

“No ano passado inteiro, cerca de 35 mil influenciadores atuaram por meio de nossa plataforma. Com os dados do 1º semestre de 2023, a projeção é que, até dezembro, a contratação de influenciadores cresça 34%. A quantidade seria capaz de lotar um estádio de futebol”, compara Azevedo, lembrando que a Influency.me realizou 338 campanhas em 2018, índice que saltou para 2.662 em 2022, o que representa um aumento de 680%.

“Além disso, a contratação de influenciadores por ação também disparou. Em 2018, cada campanha tinha cerca de 3 influenciadores. Em 2022, cada uma delas fez uso, em média, de 16 influenciadores. A elevação no período corresponde a 485%. Apesar do crescimento do mercado, somente 37% dos influenciadores vivem apenas da internet. Outros 63% ou têm um emprego, ou trabalham como freelancer, ou vendem produtos como afiliados.  77% dos influenciadores fazem tudo sozinho. Isso inclui desde a criação das publicidades, gravação e edição”, acrescenta Azevedo.

Leia a matéria completa na edição de 21 de agosto de 2023