Mascote terá nome escolhido de forma colaborativaA Fifa programou para este domingo (16) o anúncio oficial do tatu-bola como mascote da Copa do Mundo de 2014, que será sediada no Brasil. O desenho do animal, em 3D e preto e branco, foi registrado pela Fifa no site de patentes europeias (OHIM) nesta terça-feira (11). A escolha do símbolo para representar o país foi sugerida pela Associação Caatinga, que atua em prol da conservação da biodiversidade do bioma. A ONG apresentou o projeto ao Ministério do Esporte e ao Comitê Organizador Local do Mundial em fevereiro deste ano.

De acordo com Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, a indicação do tatu-bola como mascote teve como meta dar mais visibilidade à caatinga e divulgar informações sobre a espécie, pouco conhecida e ameaçada de extinção. “Historicamente, a caça é o principal fator para seu desaparecimento, mas hoje a degradação ambiental e o desmatamento têm contribuído mais”, afirma Castro. Sua população está distribuída predominantemente em regiões de caatinga e algumas de cerrado, em estados do Nordeste (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia) e do Centro-Oeste (Goiás e Tocantins). O animal teria ainda mais força como mascote do evento futebolístico, segundo Castro, por sua capacidade de se contorcer em situações de perigo, fechando-se no formato de uma bola. “Seu próprio nome também já é uma grande sacada, pois faz referência direta ao futebol”, acrescenta.

Ainda como parte dos planos de divulgação da espécie, a associação apresentou à Fifa um plano de conservação do tatu-bola, já chancelado pelo ministério do Meio Ambiente. O projeto envolveria duas frentes de trabalho: pesquisas para identificação de possíveis áreas de existência do animal, posteriormente protegidas; e educação ambiental da população, a fim de gerar uma mobilização em torno de sua preservação. “Atrelada a isso, nosso setor de comunicação criou uma estratégia de comunicação para responder a perguntas como ‘quem é o tatu-bola?’ e ‘onde ele vive?’. Estaremos presentes em rádios, TVs e jornais”, conta Castro. Para a etapa de divulgação, a ONG contou com as agências Approach e D2N como parceiras estratégicas.

Em comunicado, a Fifa declarou estar “contente em ver que o mascote já está começando a encontrar o público em algumas das sedes e ansioso para dar ao povo brasileiro e ao mundo a oportunidade de conhecer mais sobre ele durante a preparação para o evento”. De acordo com a entidade, o nome do animal será definido por meio de uma enquete realizada via internet pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo.

O mesmo procedimento foi adotado pela Adidas, uma das parceiras da Fifa, para a escolha do nome da bola do campeonato, que se chamará Brazuca (Bossa Nova e Carnavalesca eram as outras opções). A ação que definiu o nome foi desenvolvida pela Lew’LaraTBWA e contabilizou mais de 1,1 milhão de votos em apenas três semanas. Para Márcio Oliveira, vice-presidente geral da agência, é “muito benéfico” permitir que a população participe ativamente dos preparativos para um evento desse porte. “A cocriação é muito mais rica que a mera imposição de algo. Deixamos uma era de passividade e monólogos para trás e passamos a trazer as pessoas para perto, para trabalhar ao nosso lado. Com isso, a bola e o mascote da Copa passam a ser de todos, porque as pessoas sentem que fizeram parte da construção dessas histórias”, analisa.

Entretanto, alerta Oliveira, é preciso considerar certas premissas antes de realizar ações semelhantes. “Em primeiro lugar, a unanimidade nunca vai existir. As pessoas podem não gostar das opções dadas em uma votação, mas sempre terão outras pessoas que vão adorar. O diálogo, a liberdade de escolha e o debate é que são essenciais”.

Além de nome, o tatu-bola ganhará música-tema, desenvolvida pela Sony Music, patrocinadora do evento desde 2007. O tatu-bola será o 13º mascote da história das Copas. Na Copa de 2010, o animal escolhido para representar a África do Sul foi o leopardo Zakumi.