O Terra, em parceria com a área de brand entertainment da DM9DDB, lançou o projeto V.I.P. – Visão de Internet Protegida –, destinado principalmente a telecentros e lan houses, cujos computadores costumam ficar dispostos um ao lado do outro, inibindo a privacidade do usuário. A ação consiste na remoção de uma película das telas de LCD, deixando os computadores com uma tela 100% branca e cujo conteúdo só pode ser visto quando o usuário coloca os óculos especiais, feito do mesmo material da película.
“As pessoas que querem checar os e-mails, fazer movimentação bancária, acessar as redes sociais ou até ver um conteúdo de tom mais íntimo podem ficar à vontade com esse nosso sistema”, afirma Roni Cunha Bueno, vice-presidente global de marketing e publicidade do Terra, explicando que a ideia surgiu junto com a DM9, agência que cuida da comunicação da agência. “Eles possuem um laboratório onde criam experiências diferenciadas para seus clientes. E vieram com essa proposta. Nós aceitamos de imediato, até porque condiz com um pilar muito forte do Terra, que é o da inovação. Não temos medo do novo e estimulamos muito a busca por mudanças”, diz.
Segundo o executivo, inicialmente foram instalados dez computadores com o V.I.P. em cinco telecentros da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, que juntos contam com mais de 400 cadastrados e uma média de cinco mil acessos mensais. Porém, a ideia é estender para outros locais e regiões. Não há interesse de fazer do projeto um produto comercial. “Também não faremos nenhuma campanha de massa para divulgar a iniciativa. Trata-se de uma ação meramente institucional. Algumas empresas investem pouco na parte social e muito para contar o que fazem, e isso não faz sentido algum”, ressalta, lembrando que também é importante estar cada vez mais próximo do público das classes C e D, presente nessas comunidades.
Ricardo Salgado, redator da DM9, afirma que a ideia também condiz com a realidade brasileira. “Parece que por causa da proliferação dos smartphones, ficou esquecido que mais de dez milhões de pessoas no país só tem acesso à internet por meio de computadores públicos. É um número muito grande, quase a população de São Paulo. E são pessoas que também querem ter privacidade”, diz.
O criativo diz que a concepção do V.I.P. começou há cerca de quatro meses, e os computadores foram doados há duas semanas aos telecentros de Paraisópolis. “O projeto envolveu muita conversa. Tivemos que entender também a logística da comunidade. Mas foi uma ideia bem legal, simples e barata, e acredito que o Terra vai expandi-la a outros locais”. Assinam a criação do projeto, além de Salgado, Caio Mattoso, Marcelo Pascoa, Rodrigo Mendes e Rafael Voltolino, com direção de criação de Marco Versolato, Andre Faria e Gustavo Victorino.