Guilherme Ribenboim confirma a tendência da rede social ser usada como segunda tela

 

O Twitter deseja passar seu aniversário de um ano de operação no Brasil bem pertinho da TV. De acordo com diversos executivos da companhia, a rede social se posiciona cada vez mais como uma plataforma principalmente mobile, em tempo real e interativa – e quer monetizar essa capacidade de conversação e convergência com grandes eventos e a programação televisiva. De acordo com Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil, três motivos impulsionaram o crescimento da rede social no País, que hoje está entre os cinco maiores do mundo em termos de usuários e faturamento: o aumento da plataforma mobile, a confirmação do uso como ferramenta de informação em tempo real e de comentários em segunda tela.

O primeiro destes motivos aproveita o boom nas vendas de smartphones em território nacional, mas tem também participação direta das ações da própria rede social, que criou versões compatíveis com modelos de entrada dos telefones inteligentes, e fomentou também o primeiro contato gratuito com o usuário por meio de parcerias com operadoras como Oi, TIM e Claro. O número de atualizações mobile subiu de 40% em 2012 para 64,7% em 2013.

As parcerias e incentivos também fomentaram o segundo item, que relaciona o Twitter ao consumo de informação em tempo real, motivo de uso de 70% dos usuários. Os grandes portais e agências de notícias têm aproveitado a ferramenta com 50% mais links para reportagens e atualizações. “O Twitter é público e sem filtros, não tem um algoritmo escolhendo o que você vai ler. A partir do momento que você segue alguém, receberá conteúdo dele na sua timeline”, diz Carlos Moreira Jr, diretor executivo de desenvolvimento de mercado, comentando sobre a força da rede social para o entretenimento. “Hoje já somos bem mais do que apenas 140 caracteres. Temos espaço para vídeo, foto e conversações em tempo real”, concorda Rafael Dahis, gerente de produto do Twitter Brasil.

E o terceiro motivo, este com o maior potencial de aproveitamento comercial, é a consolidação da ferramenta como plataforma para comentários e informações adicionais na segunda tela, especialmente enquanto acompanham um programa ou evento televisionado. O próprio brasileiro tem papel fundamental nisso, pois é mais participativo ao tuitar, retuitar e compartilhar sua opinião sobre o que está sendo transmitido.

Publicidade

A segunda tela passa a ser uma das principais bases de publicidade para o Twitter, que também evoluiu neste sentido, até mesmo em relação à disputa de budget. “Diferente de outras mídias digitais que buscam tirar verba da TV, a gente é muito complementar e busca trabalhar junto com os anunciantes que fazem comerciais. Então você tem o broadcast na televisão e o engajamento no Twitter”, diz o diretor comercial Carlos Eduardo Aun. A rede social se colocou no papel de mapear a grade de programação dos canais abertos e por assinatura e também este público, a fim de criar audiências interessadas em certos temas. “Nós separamos essa audiência em clusters que estão falando justamente o que a marca está falando e no momento em que falam. É quase um ‘retargeting’ das peças na televisão”, completa Aun.

O próximo passo da companhia é ainda mais alinhado com esta mentalidade de segunda tela: jogar o Twitter direto na televisão, por meio de aplicativos nas SmartTVs e conversores inteligentes. Assim, de acordo com Daniel Carvalho, diretor de desenvolvimento de negócios para a América Latina, o usuário “pode decidir o que assistir com base na popularidade e engajamento social daquele programa”, o que completa a experiência de second screen e transforma o ato de ver TV em uma experiência coletiva.