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O Twitter ouviu cerca de 500 pessoas pretas e pardas, que usam a plataforma no Brasil, para entender o que elas esperar das marcas. A pesquisa, realizada em parceria com a Mindminers, mostra um descompasso entre a expectativa e a realidade. Aproximadamente 80% dos entrevistados declararam ser necessário haver diversidade racial com representatividade genuína na publicidade e 70% disseram que há mais chance de apoiar ou comprar de uma marca que reflita a diversidade racial em suas campanhas, porém, somente 12% afirmaram que se sentem muito representadas nas propagandas de forma geral. 

“Uma das principais conclusões do estudo é que, mesmo com representatividade sendo apontada como algo importante, apenas uma minoria se sente muito representada na publicidade”, diz Beatriz Montenegro, analista de pesquisa, marketing insights e analytics do Twitter Brasil.

O levantamento mostra também as principais expectativas em relação aos anunciantes: 62% disseram que gostariam de ver as marcas incluírem  pessoas pretas no desenvolvimento e marketing de produtos; 57% afirmaram esperar mais representação em campanhas publicitárias; e 54% declararam  ser importante que empresas divulguem mais informações sobre a diversidade dos times internos  e iniciativas de inclusão. Na sequência estão pontos importantes como mostrar apoio e aumentar a conscientização sobre instituições de caridade focadas em igualdade racial (53%), fazer publicidade em diferentes mídias, tanto online quanto offline, com foco no diálogo sobre raça e racismo  (48%) e ser uma porta-voz em apoio à diversidade racial (45%). 

Para as marcas que desejam seguir esse caminho com legitimidade, a pesquisa traz ideias de como trilhar um caminho que tenha mais aderência com a audiência. Quando perguntadas sobre a forma mais atraente com que as marcas podem participar da conversa e na comunicação relacionadas a inclusão e representatividade racial, a maioria sinalizou a apresentação de histórias e pessoas reais como abordagem preferida (57%), seguida pelo destaque às principais questões a serem discutidas (53%) e por um tom informativo (52%), inspirador (49%) e positivo (46%). Por outro lado, uma abordagem engraçada (22%) ou emocional (31%) teve taxas menores de preferência entre os respondentes. 

“Além disso, o grande recado que fica para as marcas interessadas em impactar essa audiência é que você é o que você faz: uma comunicação transparente sobre diversidade e representatividade genuína é essencial, mas não só: as pessoas demandam coerência. Agir além da comunicação também é importante”, ressalta Beatriz.