A Upper, dos sócios Flavio Tavares e Walter Longo, apresenta bons resultados em pouco tempo de atuação. Nestes sete meses, segundo Tavares, o sucesso da empresa está muito atrelado ao conceito de ADucation e também porque trabalham com o Learning Organization, ideia que parte da premissa de que toda companhia pode se tornar uma empresa educadora. “Isso é algo muito importante que está presente no nosso propósito, pois entendemos que só assim podemos de fato impactar a sociedade, o país e o mundo. Somente quando as empresas compreenderem que a melhor forma de tangibilizar o seu propósito será por meio da educação é que atingiremos uma transformação”.

Tavares lista ainda outro desenho que tem feito com que a Upper atinja o sucesso, o conceito de ecossistema. Conforme ele, desde o início da fundação da empresa, entenderam que a construção de um ecossistema é uma das coisas mais fundamentais para o negócio, “de ter uma complementaridade, parceiros que vão ajudar na construção, seja na área de conteúdo, de novos projetos, de desenvolvimento de novas frentes”. “Hoje, existem mais de 42 marcas que compõem o nosso ecossistema, que trabalham juntas, alinhadas com essa missão de transformar por meio da educação”, avalia.

Walter Longo e Flavio Tavares (Divulgação)

O conceito de ADucation, segundo o executivo, é a fusão de duas palavras: advertising e education, que nada mais é do que a educação e a comunicação caminhando juntas. “Quando penso no conceito de ADucation, gosto de trazer exemplos que ilustram a nossa ideia. É o caso de marcas que falam sobre sustentabilidade há muitos anos, que fazem propagandas, campanhas maravilhosas sobre sustentabilidade e biodiversidade, mas que nunca ensinaram a alguém sobre aquilo que acreditam e apresentam em suas campanhas”, conta ele, acrescentando: “o conceito ADucation oferece às empresas a possibilidade de usar a educação como ferramenta de comunicação, inclusive, podemos ir além, pois o conceito é considerado como a quarta onda da publicidade. Saímos da recente onda do branded content, em que as marcas produzem conteúdos para se posicionarem e, agora, passaremos a vê-las produzindo educação como forma de posicionamento”.

O executivo explica que a plataforma de streaming é o ambiente que criaram para desenvolver os projetos. “Somos sócios de uma empresa americana que possui uma das principais tecnologias do mercado, e é por isso que conseguimos desenvolver todos os projetos 100% white label”.

Segundo Tavares, eles perceberam que a maioria das marcas que buscam algo quer desenvolver projetos na área de ADucation sem conseguir é por não ter estrutura própria, por isso trabalham com projetos full service, ou seja, “como se fossem uma fábrica da nova educação, oferecendo tecnologia, desenvolvimento de branding, além da entrega de narrativas e conteúdos, tudo para atender à demanda das marcas”.

Tavares acredita que o mercado corporativo deseja inovar. “É normal ver nas empresas a abertura de diretorias de inovação, novos espaços dedicados para a criação de novas ideias. No entanto, quando penso em inovação, enxergo uma nova perspectiva: penso em dot connections, em vários pontos conectados. Muitas vezes, quando as pessoas desejam inovar, elas pensam que é necessário criar algo extraordinário, disruptivo, algo que ninguém pensou”, revela o executivo.

Conforme raciocínio dele, ao mesmo tempo em que se discute inovação, existem coisas óbvias e possíveis de serem feitas pelas empresas. “Quando penso na demanda reprimida, eu olho para fora da caixa, voltando a minha atenção para a educação. Não parece óbvio para uma empresa que tem um modelo de gestão tão eficiente compartilhar com os seus clientes? Não parece óbvio para uma empresa que forma líderes falar com seus stakeholders e clientes para que eles também possam formar novos líderes?”, afirma.

Ele acrescenta ainda que, quando reflete sobre a inovação, pensa na capacidade das empresas em gerar valor a partir daquilo que elas sabem muito. “Acredito que isso abre muitas portas. Outra palavra que acrescentaria nessa conversa é o conceito de ecossistema. Quando a Apple lança o Iphone 13, com uma tela fabricada pela Samsung, sua principal concorrente, ela mostra o potencial do ecossistema nos dias de hoje. Inclusive, se pegarmos as dez maiores empresas do mundo, sete delas são construídas a partir de um conceito de ecossistema muito forte. Às vezes as empresas desejam inovar, procuram por isso, mas muitas vezes o concorrente já desenvolveu esse sistema. Podemos olhar para isso de maneira mais open, mais share. Não adianta desejar inovação se não estiver aberto a isso”, explica. Tavares diz também que a empresa cresceu muito. “Com sete meses de vida, já estamos muito acima da média do que esperávamos. Em 2021, fecharemos o nosso primeiro ano com um faturamento de R$ 4 milhões. Para o ano que vem, a perspectiva é chegar a um faturamento de dez vezes desse valor”.