Santos, Lopes, Cohen (à frente), Carelli e Nóbrega (atrás): proposta é ir além da animaçãoReconhecida no mercado audiovisual brasileiro pela excelência com que produz trabalhos de animação e 3D, a Vetor Zero, produtora dos sócios Sergio Salles, Alberto Lopes, Alceu Baptistão, Gabriel Nóbrega, Mateus de Paula Santos e Nando Cohen (estes dois, fundadores da Lobo, estúdio de animação criado há 15 anos e que há 10 anos foi incorporado à Vetor Zero), chega aos seus 25 anos e promove uma série de reformulações.

Um delas, já em prática há cerca de seis meses, foi a criação da divisão Vetor Filmes, focada em filmes publicitários “tradicionais” (live actions), e não só em animações. “Só para deixar claro, cerca de 85% da nossa receita vem da publicidade. Mas quando fazemos animação também estamos falando em trabalhos publicitários”, afirma Alberto Lopes.

Para alavancar a Vetor Filmes, foram contratados os diretores de cena Georgia Guerra-Peixe, a Joca, além de Lucas Fazzio e André Ferezini. Gabriel Dietrich, diretor que possui um grande viés voltado para moda, também é novo na Vetor Filmes. Eles se juntam a um time que já pertencia à Vetor Zero, casos de João Tenório, Coi Belluzzo e Fernando Sanches. Outros diretores, como Nando Cohen, ligado à Lobo, também passaram a filmar produções de live action. “É bom sair um pouco do computador e partir para a direção de publicidade também”, brinca.

Dois importantes produtores-executivos do mercado também chegam à casa – Paula Moraes, que vem da Delicatessen e fará “dupla” com o próprio Lopes, e Francisco Puech, o Chico, que estava há 10 anos na O2 Filmes, e para Lopes, deve trazer agilidade e flexibilidade para a Vetor, otimizando os custos da produtora. Já a equipe de atendimento é formada por Vandréia Ribeiro, Giovana Grigolin e Caio Fusco.

Outra aposta da produtora, segundo Lopes, é Ricardo Carelli. Diretor de cena e animação, ele chega para assumir um núcleo próprio de produção, que irá cuidar tanto de animação quanto live action. “Ele é muito preparado, com uma forte base em design, animação e pós-produção. O núcleo dele deve oxigenar o trabalho da Vetor Zero, Lobo e Vetor Filmes como um todo. Digo que ele sempre foi um de nossos mais respeitados concorrentes, pela direção e concepção de projetos sofisticados”, afirma Lopes.

Carelli é um dos fundadores da Dinamo Filmes e chega da Prodigo Films.

As novidades já estão rendendo frutos à produtora. “Em seis meses de Vetor Filmes tivemos um faturamento de R$ 10 milhões, e produzimos filmes em live action para Itaú, Coca-Cola, Unilever e outros anunciantes”, revela Lopes. “Acho que são números muito bons, ainda mais se tratando do segundo semestre de 2014. Aliás, ter começado a operar justamente em julho, época de pós-Copa e com o mercado ‘parado’, foi bom para conhecer nossos novos talentos”, completa.

LOBO

A Lobo também está investindo forte este ano. Para isso, reabriu seu escritório em Nova York, onde já esteve em meados dos anos 2000 e, atualmente, só atuava lá por meio de parceiros (assim como na Europa). O diretor de criação Guilherme Marcondes, que já esteve na casa, retorna para comandar a sede americana.

Sobre a abertura do negócio, indo na contramão do mercado e com o dólar em alta, Mateus de Paula Santos é enfático. “Não dá para esperar o mercado melhorar. Tem que ir para cima e fazer acontecer”, diz.