O Viber, um dos mais populares aplicativos para troca de mensagens e ligações de voz, montou uma operação no Brasil para acelerar a adoção do serviço e expandir o potencial de receita no mercado nacional. O objetivo da companhia é se associar a operadoras de telefonia e impulsionar a compra de produtos por usuários de internet móvel no país.
Desde novembro de 2013, Luiz Felipe Barros dirige a operação brasileira do Viber, uma das apostas da companhia para crescer. Outros mercados-chave são Vietnã, Índia e Filipinas que, em comum, compartilham de serviços de telecomunicação em parte ineficientes. “São operações importantes tanto em número de usuários quanto em potencial de crescimento”, diz. O executivo tem passagens por agências como F.biz, Giovanni+Draftfcb e NBS, onde liderou a campanha “Bloqueio, não”, para a Oi, que culminou com o direito do usuário de comprar aparelhos celulares desbloqueados.
O Viber tem 240 milhões de usuários no mundo todo, sendo que 10 milhões estão no Brasil. Todos os dias, 700 mil downloads do aplicativo são registrados globalmente. O serviço foi lançado de forma gratuita em 2010 pelo empresário americano-israelense Talmon Marco, mas somente no ano passado começaram as estratégias para monetizar o negócio. Marco vem ao Brasil nesta quinta-feira (30) para se apresentar na Campus Party, onde falará sobre empreendedorismo.
A primeira iniciativa de monetização foi o lançamento, em novembro passado, do Viber Out, que permite a compra de créditos para ligações para telefones fixos e móveis. A tarifa é agressiva: R$ 0,14 por três minutos. O serviço, argumenta Barros, dá vantagem competitiva à empresa frente a seus concorrentes de messaging, como WhatsApp, WeChat e Line. “Enquanto o WhatsApp declarou recentemente que será para sempre um serviço para troca de mensagens, nossa proposta é o oposto. Queremos que as pessoas tenham as opções de áudio e de mensagem”, frisa.
A companhia trabalha no desenvolvimento de ligações de vídeo, que devem ser lançadas ainda neste trimestre, e expandiu os dispositivos em que está disponível: além do celular, é possível ter Viber no desktop e em tablets Android. A versão para iPad ainda não foi lançada. “O Viber é muito competitivo e seremos bastante agressivos no desenvolvimento de novas funcionalidades”, avisa. A venda de stickers com apelo local também é uma das apostas.
Parceria com as teles
Outra frente de atuação da empresa será na parceria com empresas de telefonia. Nas Filipinas, a empresa anunciou, em julho de 2013, contrato com a Globe Telecom. A parceria permitirá à Globe oferecer um pacote de serviços incluindo minutos de voz e mensagens utilizando o Viber, além de internet. Na época, a Globe Telecom justificou a parceria como parte de sua estratégia para gerar receita além de ligações e SMS.
Serviços como o Viber, que utilizam conexão à internet para comunicação, são vistos como ameaça às operadoras por encolherem suas receitas vindas de SMS e minutos de voz. Ao ter acesso a pacotes de dados e a smartphones, usuários tendem a abandonar as duas opções e optar por serviços gratuitos, como os oferecidos por empresas como Viber, WhatsApp e Skype.
“Nem sempre somos competidores das empresas de telecom. Somos provavelmente os melhores parceiros”, afirma. “A primeira impressão é de conflito, mas nós podemos oferecer melhor experiência para o usuário, aumentar a fidelidade a uma operadora e estimular o uso. A internet mudou a forma das pessoas se comunicarem e queremos ajudar a popularizar a internet mobile”, cita. Ainda não há nenhuma parceria fechada no Brasil, mas o executivo disse que existe esse interesse.
Publicidade
O Viber irá investir em marketing no país, com aporte em mídia, mas não revela investimentos. A sua agência de relações públicas é a Burson-Masteller e, no momento, a companhia tem uma concorrência em andamento para selecionar sua agência de publicidade.