Em uma época que a palavra “digital” ainda era um mistério, quatro gaúchos decidiram se unir, em 2000, para fundar uma agência que “desafiava” o que existia de mais tecnológico na rede. A W3haus cresceu “always beta”, como explica o CRO (Chief Relationship Officer), Chico Baldini, sócio-fundador e hoje um dos três remanescentes na operação, que ainda tem como sócios o CEO Tiago Ritter e o CIO Alessandro Cauduro.
Nascida em Porto Alegre, a agência se aventurou por Londres, onde realizou trabalhos para a Europa e para os Estados Unidos. Com a crise no continente, fincou os pés em São Paulo, já em 2011, e hoje opera com 250 colaboradores.
Os sócios criaram uma holding chamada Non Conformity Group, em que a W3haus fica com a mídia e o planejamento e a produtora Huia é responsável pela execução digital. Dividida ainda entre São Paulo e Rio Grande do Sul, a equipe atende marcas como O Boticário, LG, além de alguns nomes do grupo Mondelez e do grupo Reckitt, com a recente conquista do limpador Veja.
Com um mercado mais conservador em 2015 e os anunciantes mais receosos, Baldini diz que o momento favorece a agência. “O futuro tem uma grande interrogação e estão puxando o freio de mão. O digital é uma boa solução, é onde rentabilizamos mais e tem alcance. Então faz todo sentido focar em verbas que você dá tiros mais estratégicos, com grande alcance, mas para as pessoas certas. O digital segue crescendo”, explica.
Os braços da agência oferecem diversos produtos e conteúdos para as marcas, rompendo as barreiras entre online e offline. E a autenticidade dos produtos é apontada por Ritter como essencial para personificar uma marca e mostrar o que ela realmente é. Para isso, criaram uma metodologia própria que dá voz para o anunciante e cria uma unificação da linguagem para todas as plataformas e redes do cliente.
O real time marketing tem sido uma estratégia também explorada pela agência. O “Plantão do Amor”, criado para o bombom Sonho de Valsa, reuniu no Facebook uma equipe para interagir com casais apaixonados no Dia dos Namorados do ano passado. Outro case foi o “24 horas de Beleza”, de O Boticário, que envolveu 100 pessoas com dicas e conteúdos de beleza em tempo real pelas diversas plataformas da marca.
Como novidade para este ano, a agência trouxe Moacyr Netto, o Moa, ex-Ogilvy, para comandar a criação. “Ele tem esse espírito de ouvir muito e é uma criação construtiva e colaborativa. Esse é um dos motivos pelo qual o trouxemos. É um cara que sabe construir. Circula bem entre o digital e o off”, afirma Ritter.
A criação, segundo o CEO, sempre foi um desafio para os sócios, pois ele é jornalista e Baldini, artista plástico. “Nenhum de nós é publicitário, então nos consideramos uma reação não esperada para a coisa programada. No entanto, estamos na publicidade, envolvidos na estratégia de comunicação dos clientes, mas temos uma pegada voltada para a inovação e para algo que realmente traga resultados, que não esteja só ligado ao que é bacana. Queremos ser efetivos e ter uma comunicação muito mais de engajamento do que só de impacto. Queremos construir relações com o consumidor”, conclui.