A WMcCann completa três anos este mês com bons motivos para comemorar. A fusão entre a W/Brasil, de Washington Olivetto, e a gigante McCann gerou resultados como o crescimento de 300% no faturamento de 2010 para 2012 – de R$ 686 milhões pulou para R$ 2,7 bilhões –, consolidando sua posição no top 10 do ranking do Ibope Monitor, conquistas de grandes contas, como Bradesco, Flora (Minuano/Assim/Matt Inset) e O Estado de S.Paulo, além do reconhecimento do mercado.
O presidente da WMcCann, Martin Montoya, ressalta que a integração das duas culturas deu muito certo. “Estava claro no início que as duas empresas eram complementares, mas ninguém sabia direito se os dois tipos de cultura iriam se encaixar. Foi uma das surpresas mais felizes do casamento, pois a agência conseguiu manter toda a ambição e paixão criativa, personificada pelo Washington Olivetto, e ao mesmo tempo manter toda a musculatura de comprar informações no mercado e pesquisas, que é mais o DNA da McCann”, afirma Montoya.
O executivo destaca que a melhora do produto criativo está refletindo em prêmios e pesquisas como a do Grupo Consultores, em que a agência saltou da 21ª posição para a 4ª na avaliação sobre reconhecimento espontâneo e de 10º para o 5º lugar na percepção como agência criativa, entre 2010 e 2012. “O mercado está enxergando a agência de forma muito diferente do que há três anos. Ela está comercialmente mais agressiva e em termos criativos, relevante e impactante. Isso também teve impacto internamente na rede. Cada vez mais o mundo todo está tomando o Brasil como um modelo”, conta.
Montoya lembra que é fundamental levar para os clientes um trabalho criativo com soluções que impressionem e façam a diferença para o negócio deles. O case da agência para o Bradesco é um exemplo. “Para o Bradesco, levamos a ideia de associar a marca Bradesco ao BRA, justamente as três letras que os atletas colocam no peito. Quando o cliente enxergou essa oportunidade de associar sua marca de forma tão pertinente ganhamos a concorrência. É só fazer bem feito”.
Seniorização
A WMcCann também almeja ser pioneira no movimento de valorização das agências de comunicação e, para isso, começou este ano um processo de seniorização geral da estrutura, que consiste na troca de profissionais mais jovens por outros mais experientes. “Algumas empresas que são líderes têm que tomar a iniciativa. A gente se enxerga líder nesse sentido, pelo tamanho e por ter um líder criativo forte. O nosso objetivo é resgatar o valor de uma agência de comunicação e para quebrar esse círculo vicioso de que um trabalho criativo vale menos porque é feito por uma pessoa menos experiente estamos invertendo essa ordem”, explica Montoya.
O processo de seniorização na WMcCann começou pela área de criação, onde 12 criativos saíram para a entrada de cinco profissionais mais experientes. Montoya conta que também já houve uma redução no número total de pessoas na mídia, com profissionais mais experientes. O executivo diz que muitas agências seguem a tendência de trocar profissionais seniores por juniores pela pressão econômica dos clientes, que querem cada vez mais pagar menos pelo serviço. “Isso gerou um círculo vicioso. Por isso, tomamos a iniciativa, que também vai agregar mais valor aos nossos clientes”, justifica ele.
Com uma estrutura de 450 funcionários, a meta de crescimento da WMcCann para este e os próximos anos é de 10%. Montoya diz que, depois de um crescimento tão alto como o registrado nos últimos anos, é difícil manter o mesmo ritmo, até por uma questão de conflitos de contas. Porém, ressalta que uma fonte importante para incrementar receitas vem da área digital e também da filial do Rio de Janeiro, que responde por 35% do faturamento. “Há alguns anos a agência não era enxergada como uma agência experiente no digital. Mas viramos isso de ponta-cabeça. Já estamos fazendo trabalho digital para cerca de 60% dos nossos clientes”, reforça Montoya.
Para finalizar, o presidente da WMcCann lembra que ao mesmo tempo em que é importante para a indústria abraçar novas possibilidades, com tecnologias novas, é preciso resgatar valores básicos do negócio, que nunca mudaram, como o talento criativo e a capacidade de contar histórias envolventes para o consumidor. “Estamos fazendo isso e tendo na liderança alguém como Washington Olivetto, com 40 anos de experiência no mercado, fazendo seu trabalho cada vez melhor. Acho que é importante a indústria lembrar disso. É ótimo evoluir, mas não podemos esquecer do básico, que é o talento criativo.”