Estudo  ‘Como está a sua agenda ESG?’ foi desenvolvido pelo Pacto Global da ONU no Brasil, em parceria com a Stilingue

O ESG vem ganhando cada vez mais força no mercado e, pensando nisso, o Pacto Global da ONU no Brasil, em parceria com a Stilingue e a consultoria Falconi, lançou o estudo ‘Como está a sua agenda ESG?’, que apontou o cenário da agenda ESG no Brasil.

O levantamento feito com 190 organizações, da iniciativa privada, do setor público e do terceiro setor, apontou que 78,4% do participantes responderam que inseriram o ESG na elaboração das suas estratégias de negócio. A pesquisa foi realizada a partir de questionário e o monitoramento da temática nas redes sociais com social listening.

"A prática de social listening revela tendências para o aproveitamento de insights no processo de tomada de decisão da jornada pela ESG. Por meio da 'escuta social' conseguimos identificar comentários e conversas relevantes nos mais diversos ambientes digitais, desde redes sociais até fóruns, comunidades, sites especializados, entre outros", explicou Thiago Gonçalves, atualmente Director da Business Unit Stilingue em Take Blip, empresa que adquiriu a Stilingue em janeiro de 2022.

Um dos pontos levantados pela análise foram os motivos que levaram as empresas a adotarem a agenda. Segundo os dados apresentados, as motivações vem da preocupação com os impactos ambientas e em se construir uma economia sustentável.

Apesar disso, o maior impacto efetivamente percebido por 70% das empresas que implementaram a agenda é em a reputação e imagem.  O fator menos apontado foram as exigências do consumidor, o que demonstra que, na maior parte dos segmentos que incluem Indústria, Serviços e Comércio.

“Apesar de as empresas ainda verem reputação e imagem como os principais valores quando falam de implementação de ESG, está claro que toda essa agenda está cada vez mais madura, sobretudo entre líderes empresariais e investidores. Já deixamos para trás o tempo em que algumas poucas áreas de uma empresa tratavam de sustentabilidade e vemos que CEOs estão cada vez mais engajados e engajadas no tema, o que é fundamental para o avanço da Agenda 2030 como um todo. A sociedade está cobrando e a expectativa é de que esses números e essa ‘pressão’ só cresçam”, afirmou Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.

A fala do CEO é refletida nas empresas que não possuem as práticas ESG, já que segundo a pesquisa, 67,4% delas relatam não ter sofrido impactos negativos por esse motivo. Além disso, 58% das empresas também nunca recusou fornecedores e/ou parceiros utilizando este tipo de critério.

De acordo com o levantamento,  esse cenário pode estar mudando uma vez que 8,9% relatam ter perdido negócios ou consumidores, 4,2% perderam valor de mercado e 3,7% tiveram dificuldade de acesso a linhas de financiamento. O impacto negativo mais perceptível, em 13,2% das empresas, foi o menor engajamento de funcionários e a dificuldade de atração de talentos.

De maneira geral, as organizações apontam que para conseguir avançar com a agenda ESG é necessário ter uma melhor estruturação das áreas de apoio para implementação, o que foi confirmado por 25,7% dos respondentes, maior capacitação dos profissionais nessa agenda (17,5%), o incremento de ações para conscientização das práticas ESG (17,5%) e maior apoio da liderança (15,3%).

O estudo "desmembrou" a sigla ESG e apresentou as iniciativas das empresas para cada uma das letras. No pilar ambiental, contemplado pela letra E, as iniciativas se concentram no treinamento de colaboradores no tema e em ações como redução, reciclagem e destinação sustentável de resíduos.

Apesar disso, a pesquisa também mostrou que as iniciativas de redução de emissões de gases de efeito estufa se tornaram mais relevantes para empresas de todos os segmentos e portes, uma vez que 62,1% têm investido em tais iniciativas, sendo o tema mais trabalhado na Indústria, Infraestrutura, Comércio e Agronegócio.

O dado demonstra que, mesmo sendo iniciativas que exigem mais recursos, o tema é algo que está sendo exigido na maior parte dos negócios, seja por investidores, clientes, fornecedores ou mesmo pelo próprio impacto positivo que a organização deseja promover.

No pilar social, contemplado pela letra S, as iniciativas estão associado a ações com as comunidades locais, que é o foco de 68,4% das empresas respondentes, temas como diversidade e inclusão (68,4%) e de saúde e bem-estar (67,9%).

Para o pilar de governança, representado pela letra G, a agenda se pauta mais fortemente em ter um Código de ética e comportamento (foco de 85,8% das organizações), trabalhar a cultura, valores e propósito (74,2%) e ter Políticas de Compliance (66,8%).