A música é aquela forma de expressão que acompanha cada de um de nós desde o berço, pontuando momentos felizes e tristes, marcando conquistas, celebrando paixões... E não é nem um pouco diferente aqui na KTBO. A música estava lá, em nossa fundação, há 15 anos, e até hoje é uma parte importante do que somos e do que fazemos.

Todos os dias, lá em nossa sede, na Cidade do México, há uma playlist passeando pelos nossos dois andares, permeando os corredores, as salas de reunião, os escritórios, as áreas de descompressão, e dividindo espaço com os sons caóticos das ruas. Há espaço para o rock, para o pop, para o reggaeton e para o funk carioca. O mesmo acontece com frequência também em São Paulo e Buenos Aires, onde a KTBO também está presente. E vamos de Soda Stereo, Anitta e Chikita Violenta.

A música que ouvimos em nosso dia a dia é um dos alimentos de nossa alma estratégica e a lente que apura o nosso olhar criativo. É a música que nos inspira. Até sem querer... Outro dia mesmo, em uma conversa que seria trivial, citei uma música do Red Hot Chili Peppers e uma outra do Anthrax como exemplos antagônicos da intensidade de um discurso e da construção do clímax.

E o que isso tem a ver com o que fazemos?

O nosso trabalho consiste em entender o mercado, estar atento a movimentos culturais e levar insights a nossos clientes que possam ter um impacto positivo em seus consumidores, gerando relevância e engajamento. E defender tais ideias nem sempre é algo fácil. Sabe storytelling? Pois é... A forma como você escolhe contar a sua história, defender sua ideia, seu conceito criativo, é decisiva no sucesso ou no fracasso do que você está apresentando.

E nesse processo é fundamental a construção de um discurso ascendente, que cresça até chegar em um clímax. É uma dica (ou uma regrinha) que deveria estar presente em tudo o que fazemos, desde a melhor campanha dos últimos anos até um relatório pouco atrativo cheio de números. Mas e a música? Bom... Vamos lá.

Em 1999 eu comprei o álbum Californication, do Red Hot Chili Peppers. E, cheio de expectativa, ouvi a música que abre o disco: Around the World. Os primeiros 20 ou 25 segundos são um rastro de pólvora. Ouvimos um baixo agressivo e acelerado, um riff de guitarra marcante, e, juntos, um grito e a bateria fazem barulho. Você tem a impressão de que a coisa vai explodir, de que tudo vai vir abaixo... Mas a música, de repente, acalma, dá chabu. Os instrumentos parecem silenciar, ficarem pequenos, tímidos, enquanto os primeiros versos são cantados. De certa forma, é decepcionante. Ou um anticlímax.

Uma explosão de verdade.

E chegamos no Anthrax, uma das bandas do chamado Big Four, que ajudaram a criar um estilo batizado de trash metal. A música aqui é Caught in a Mosh. Os primeiros 20 segundos são, também, um rastro de pólvora. Uma guitarra aparece meio que só para provocar, junto com uma discreta marcação da bateria. Mas aí o baixo aparece e vem aquela tal da impressão que a coisa vai explodir. As guitarras voltam a aparecer e, de repente, tudo explode e te pega de jeito. E você ainda está meio tonto quando a música explode outra vez, como se fosse o efeito de uma onda de choque. Você nem sabe mais onde estava e o que estava fazendo. Aí, sim, estamos falando de um clímax. E você pode conferir o que eu quero dizer aqui e aqui.

A inspiração que essas músicas me trazem tem tudo a ver com o que nós escolhemos fazer de nossas vidas: encantar, engajar. E só vamos conseguir isso construindo uma história que impacte clientes e consumidores como uma explosão. Na hora em que estiver montando a sua próxima apresentação, pense: quero eu ser uma pimentinha ou uma bomba?

Mario Reys é country manager da KTBO no Brasil