O presidente da Associação Brasileira de Propaganda – ABP – Adilson Xavier divulgou um novo comunicado questionando a decisão de Cesar Maia de dispensar o uso de agências de publicidade nas ações de comunicação da Prefeitura. Para Xavier, falta informação sobre como funciona o setor e há um equívoco por parte da Prefeitura do Rio em dizer que há um monopólio por parte das agências. Xavier coloca ainda que é impossível não estranhar que a decisão tenha sido tomada através de um decreto publicado em pleno curso de uma licitação. Confira abaixo a íntegra do comunicado do presidente da ABP:

“A desinformação sobre como funciona o trabalho de comunicação tem propiciado uma série de episódios lamentáveis no Brasil desde o ano passado. Temos uma legislação reguladora, apoiada inclusive pela ABA -Associação Brasileira de Anunciantes, que estabelece padrões de remuneração e normas de convivência. Graças a essa legislação, desenvolvemos elevados níveis de competência técnica, criamos um mercado vigoroso e produtivo, proporcionamos excelente retorno para nossos clientes, criamos um exemplar conselho de auto-regulamentação – CONAR – que há 25 anos vem dando mostras de inquestionável eficiência, e ainda possibilitamos a averiguação imediata de qualquer desvio de conduta ( se está fora da regra, está errado).

Infelizmente, o que entendemos como organização de um segmento, o Prefeito do Rio prefere chamar de monopólio. O que importa aqui não é o quanto a Prefeitura do Rio investe, investiu ou investirá em comunicação. Ela tem todo o direito de não investir um único centavo em comunicação, que aliás ninguém acha que deve ser prioridade em nenhum governo. O que a classe publicitária defende é que tudo seja feito com absoluta transparência, respeitando a lei em vigor e, acima de tudo, sem confundir a opinião pública com uma injusta névoa de depreciação sobre uma categoria profissional que se desdobra para exercer seu
ofício num mercado altamente competitivo, gera empregos, movimenta a economia, paga impostos e beneficia a sociedade como um todo.

A Prefeitura tem entre seus funcionários, pagos com o dinheiro da população, professores e médicos, por exemplo, que todos reconhecemos como prestadores de serviços essenciais. Pelo visto, agora também vamos ter publicitários entre os servidores públicos, numa espécie de “house agency” (conceito antigo e dispendioso, comprovadamente ineficaz). Por fim, é impossível não estranhar que essa tese tenha sido implementada por um decreto abruptamente publicado em pleno curso de uma licitação para escolha de agências que, como toda licitação, gerou custos tanto para a Prefeitura quanto para as agências que atenderam à convocação pública. Por que isso não foi pensado antes?”