O plano mais restritivo de circulação, funcionamento do comércio, escolas e escritórios em São Paulo começa a vigorar nesta segunda-feira (15) em São Paulo. A expectativa do governo é que quatro milhões de pessoas não façam deslocamentos até o início de abril diante da escassez de leitos para Covid-19 e claros indícios de colapso do sistema público de saúde.
Mas o mercado publicitário está preparado para a situação. Segundo Mário D’Andrea, presidente nacional da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), a cultura do home office veio para ficar nas agências. Mesmo as que reabriram os escritórios, a adesão é parcial, híbrida e apenas em alguns dias da semana.
“As agências estão bem azeitadas no sistema home office, portanto novas medidas restritivas não afetam os seus processos internos. Por outro lado, do ponto de vista de faturamento, só com o tempo vamos ter uma resposta. Isso depende dos clientes. Alguns anunciantes estão ativos; outros não. Da porta para dentro, os serviços não pararam. Não posso falar pelas agências, mas acredito que o governo não tinha alternativa em relação ao aperto da circulação. A população tem que fazer sua parte. Muita gente está andando sem máscara e festas clandestinas crescem. Não precisa ser nenhum gênio para tomar essa decisão”, explica D’Andrea, que criou a campanha “Vacina Salva” com a Abap e entidades científicas.
Dudu Godoy, presidente do Sinapro (Sindicato das Agências de São Paulo) destaca que a entidade está atenta à segurança jurídica do teletrabalho e home office. Godoy participou de reuniões, sem direito a voto, de um grupo de trabalho que dá diretrizes e suporte técnico para o governo de São Paulo.
“O Sinapro tem 527 agências associadas e 90% estão atuando no sistema híbrido. A recomendação é o home office, mas seguindo os padrões como manter vale alimentação e qualidade. Ergonometria? Se não tem, coloca. O respaldo jurídico é muito importante para evitar problemas futuros”, disse Godoy.