Lula Vieira
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Viver é contar mentiras
Esta frase me ocorreu agora, em busca de uma abertura para esta crônica. Não há vivente que não espalhe pequenas inverdades desde que acorda. Não falo das mentironas de candidatos, aquelas invenções elaboradas com o propósito de enganar o pobre do eleitor. Mentiras que ressaltam qualidades inexistentes ou aumentam defeitos
Das penas de escrever
O mundo definitivamente está de cabeça para baixo. Uma das postagens que mais deu o que falar na minha página nas redes sociais tinha como tema a singela pergunta: “redator precisa saber escrever?” Era um desvio, inicialmente o assunto nem era esse, mas a pergunta ficou no ar. E recebi
Botando na urna
Eu estou na cidade, estou nas favelas, eu estou por aí, sempre pensando nela. Na eleição de novembro. É meu trabalho, vivo disso. Faço textos, fotos, edito, vendo gente, vendo ideias e ideais. Minha matéria-prima é o candidato. O comprador, o povo. O produto, esperança. Há nuances, eu sei, depois
Interrompemos este jornal para...
Estou com saudades do tempo que fazia propaganda política. Não são saudades do dinheiro que se pagava antigamente para quem criava e produzia campanhas. Claro que uma graninha extra cairia bem nos meus bolsos mirrados, mas posso afirmar sem soberba que dá para viver sem essa fonte de renda. Tenho
Horário eleitoral
Está aberta a temporada de caça aos eleitores. Dezenas de milhares de candidatos estão nas ruas e, principalmente, nas redes sociais em busca de votos. Com restrições fortíssimas ao trabalho de rua, quem concorre a uma vaga nas Câmaras Municipais ou pretende chegar à Prefeitura está contando principalmente com o
Cacos do passado
Minha mulher decretou que meu escritório doméstico é uma pouca-vergonha. A primeira reação foi a de dizer que era meu estilo, que é muito tarde para mudar. Quase apanhei. Tive de ouvir que não se tratava de uma questão literária. Era sujeira mesmo. Paredes sujas, sofá molambento, livros espalhados, poeira.
O urso louco de Nova York
Agora eu entendo como deve ser para os animais o martírio do confinamento. A imagem que nunca se apaga em minha memória é a do urso-polar num minizoológico que existia no Central Park, em Nova York. Preso num espaço de, no máximo, uns 50 metros quadrados, tinha em seus domínios