O lutador de MMA José Aldo é o novo nome no roll de personalidades da startup Biobots. Criado em parceria com a americana NFTZ Blockchain Labs, o projeto começa com uma coleção de NFTs (tokens não tangíveis) com dez mil ilustrações vendidas por meio de criptomoedas. Tokens de valor único foram divididos em três grupos.
O Champions dá acesso a treinamentos presenciais no Rio de Janeiro, eventos sociais privados e Close Friends no Instagram, enquanto o Undefeated leva a treinos virtuais, mensagens de vídeos personalizadas e conferências digitais. Já a terceira categoria terá sorteios de itens autografados como luvas, camisetas e bonés. O Metaverse Skin NFT do personagem Aldo no metaverso será enviado a dez mil fãs.
Cada luta oficial contempla o leilão de um NFT, e o vencedor ganhará experiências no dia da luta, que incluem limusine, entrada exclusiva, backstage pass, premium sitting e after-party. “Será uma oportunidade para ficar mais próximo dos meus fãs”, comenta José Aldo, que está no Top 3 e quer o cinturão no peso-galo (até 61 kg).
Mas a expansão da Biobots ganha mesmo corpo com a produção de avatares para marcas, celebridades e esportistas. Apresentada no dia 22 de novembro, a Satiko, avatar de Sabrina Sato, por exemplo, atraiu 16 mil seguidores em apenas 24 horas. A meta é chegar a um milhão de fãs no médio prazo.
José Aldo também terá o seu. “Os NFTs do José Aldo, na verdade, já são pré-avatares”, antecipa Ricardo Tavares, CEO da Biobots. A empresa especializada em produtos digitais não entrega um personagem com menos de 45 dias. “Demora um pouco até realizar todos os ajustes estéticos e de personalidade. Para dar certo, o artista precisa amar o seu avatar”, diz.
A ideia de dar as caras nesse mercado veio quando mundos virtuais turbinados por realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) passaram a sinalizar novas fronteiras para a comunicação fincadas por players de games e seus aportes milionários. “O Metaverso é a evolução das redes sociais”, comenta Tavares, que comanda escritórios em Miami e Portugal, e negocia uma operação na Ásia.
A expectativa é de que o faturamento inicialmente projetado para o primeiro ano de operação supere o valor de R$ 50 milhões. Até 2023, deve atingir R$ 200 milhões. “Sabíamos o potencial, mas não na dimensão que está acontecendo”, admite o executivo. A confiança vem da provável migração das marcas para o que Tavares chama de “guerra dos mundos”. Na luta por audiência, a Biobots chega com a proposta de transformar avatares em veículos de comunicação.
A empresa já captou R$ 20 milhões e prepara investimentos em pesquisa e tecnologia. “As marcas encontrarão o seu target nesses novos mundos. Não vai ter como ignorar esse canal”, avisa Tavares. Da combinação do real com o virtual, a Biobots busca se firmar como a primeira agência de avatares de influenciadores da América Latina, com estratégias capazes de construir marcas, agora encorpadas no metaverso.