Enor Paiano: muita inteligência na entrega do bannerO primeiro banner publicitário na internet foi publicado há 20 anos, em 27 de outubro de 1994 pela revista Wired, nos Estados Unidos. De lá para cá, muita coisa aconteceu, a internet evoluiu e outros formatos de publicidade na web surgiram, ameaçando inclusive os tradicionais banners. Mas agora, o formato deu uma reviravolta e, graças ao surgimento de tecnologias de segmentação mais assertivas, o banner entra numa fase de ouro, como afirma Enor Paiano, diretor consultivo do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) e diretor de publicidade do UOL.

Perguntado se o banner caiu em desuso, o executivo responde que muito pelo contrário. “Teve um momento de explosão das ferramentas de busca, nos últimos anos, entre 2008 e 2010, em que não só o hábito de uso da busca estava crescendo, como também as agências foram aprendendo como tirar o melhor resultado do marketing de busca. Naquele momento pareceu que a mídia da internet ia ser baseada em modelo de busca, leilão, e que o banner perderia espaço. A  avaliação do IAB é que esse momento passou, porque hoje a tecnologia permite que exista muita inteligência na entrega do banner”, destaca Paiano.

Segundo o executivo, a partir do hábito de navegação do internauta, é possível entender quais são os interesses dele e entregar um banner com uma oferta, produto, muito mais adequado e na hora certa. “Existem maneiras de entender quando o internauta está dentro do target da campanha e encontrar o internauta em vários momentos  da navegação. A hora é muito boa para o banner. O banner foi crescendo em tamanho, recurso, ganhou movimento, vídeo, som, começou a expandir, mas nada foi tão importante quanto o momento de hoje, que é o início do processo em que cada vez mais vai existir uma sofisticação do conhecimento  do internauta”, completa.

O executivo afirma que as campanhas têm uma efetividade muito boa. “A gente sabe hoje quando o  internauta entrou numa loja online e viu determinado produto alguns dias atrás e podemos mandar um banner com a oferta personalizada em qualquer lugar e com o preço correto naquele momento. Fazemos isso para muitos clientes”, conta ele.

Paiano também acrescenta que o banner é mais rico em informação do que a busca. “O banner é mais rico em informação, dá para colocar vídeo, movimento, imagem do produto, traz muito mais informação do que a busca”, exemplifica.

“Vamos entrar numa fase de ouro do banner. A participação de search ainda é bem grande, mas por outro lado o que vai acontecer é o banner voltar a crescer com muita força rapidamente. Não que o search e a presença nas redes sociais não sejam importantes, mas a tendência hoje é que o banner esteja no centro da estratégia digital das empresas, graças à quantidade de inteligência que está por trás dele”, avalia.

Sobre o avanço da publicidade nativa na internet, Paiano acredita que o formato não tem condição de crescer muito, “porque as campanhas para quais cabem uma boa solução de publicidade nativa são limitadas”. Já o conteúdo patrocinado tende a avançar mais, na opinião do executivo.

Números

Em relação à importância do mercado digital, o diretor do UOL lembra que o digital já é a segunda mídia do Brasil, atrás apenas da TV aberta, com 13% do investimento publicitário. Segundo dados do IAB, em 2013, a internet atingiu 25,9% de crescimento e alcançou R$ 5,75 bilhões. Para 2014, a entidade estima que o investimento em publicidade online deve crescer 25% (considerando display, social media, search e classificados) e movimentar mais de R$ 7 bilhões em compra de mídia.