Em fevereiro, O Boticário entrou no Avakin Life, com uma loja de realidade virtual da marca, que recebeu mais de 10 milhões de visitas. Em agosto, a Motorola lançou um reality show voltado para jogadores de esportes eletrônicos. O Programa Power 2 Game revelará novos talentos que vão representar a equipe Flamengo eSports no jogo League of Legends Wild Rift, da Riot Games. Esses são apenas alguns exemplos de iniciativas desenvolvidas pela BBL que abriram caminho para a entrada de grandes marcas no universo dos games.

“Não é mais uma questão de se as marcas vão entrar no universo dos games, mas sim como. Tem uma gama de opções tão grande, que a empresa pode ir de projetos pequenos até projetos proprietários, de mídia, de trade. A entrega ficou supercomplexa. Estamos entrando no mesmo balde de grandes ativações de entretenimento que têm por aí”, resume Leo De Biase, chief relationship officer da BBL, que acaba de se reposicionar como uma solução one-stop-shop para negócios e criação de conteúdo de games e eSports.

Os sócios da BBL Nando Cohen, Thomas Elias Felsberg e Leo De Biase: empresa vai gerir a nova arena de eSports no Pacaembu/Foto: Divulgação

Ao lado dos sócios Nando Cohen (CEO), Thomas Felsberg (general counsel e head de parcerias estratégicas) e de uma equipe que já conta com 160 colaboradores, De Biase conta que a empresa, fundada em novembro de 2018, não para de alçar novos voos. Em meio à pandemia da Covid-19, a BBL fechou acordo com a Allegra Pacaembu para gerir a nova arena de eSports que vai funcionar no novo Complexo do Pacaembu.

“Vai ser a maior arena de eSports do mundo, construída debaixo das arquibancadas do Pacaembu”, destaca ele. Até a construção, que deve levar dois anos, a arena da BBL (que em breve deve ser batizada com o nome do seu patrocinador) no Pacaembu vai funcionar em uma tenda provisória, provavelmente já a partir de novembro deste ano. A arena terá um telão de 720m2 e espaço para mais de 5 mil pessoas.

De acordo com a última Pesquisa Game Brasil, 72% da população do país declara jogar jogos eletrônicos. Além disso, 75,8% dos gamers brasileiros afirmam jogar mais durante a pandemia. A situação imposta pela pandemia fez ainda com que 51,5% dos jogadores realizassem mais sessões de partidas online com amigos. Só no Brasil esse mercado deve movimentar mais de US$ 2 bilhões em 2021.

“As marcas entenderam que não é uma questão só do gamer em si, mas que aquele público tem todo um lifestyle que inclui o game, mas ele também é consumidor de tudo que gira em torno dele. Ele compra tênis, camiseta, consome comida, gosta de carro, assiste filme. A BBL está realmente sendo muito consultada porque jogo é momento de relaxamento, de entretenimento, e fazemos a inserção da marca dentro desse universo sem interrupção, de forma inclusiva”, diz De Biase.

No entanto, o executivo ressalta que houve perdas durante a pandemia, por causa do cancelamento de eventos presenciais de campeonatos de eSports. A BBL produz, por exemplo, os torneios de games da Red Bull e do Fortnite no Brasil. A previsão, porém, é que este fim do ano seja aquecido. “Vamos ter um segundo semestre muito aquecido. Já temos eventos presenciais agendados de outubro para frente”, revela De Biase. A BBL está sediada no bairro paulistano do Brás, conta com oito estúdios e espaços para torneios.