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Dois anos após retornar ao comando da BFerraz, agência que criou há cerca de 17 anos, o empresário Bazinho Ferraz integralizou no mês passado o controle do negócio que tinha sido absorvido em 2010 pelo Grupo ABC, do qual era diretor e detinha 11% das ações, vendido por R$ 1 bilhão à holding norte-americana Omnicom. Pelo cálculo, Ferraz teve direito a cerca de R$ 110 milhões, descontado o valor não revelado da recompra da BFerraz. O projeto de Ferraz nessa volta ao empreendedorismo individual é levar a marca para o mercado internacional. A execução do plano já está em andamento através dos clientes Ambev e Mondelez, que contam com os serviços da BFerraz no México e nos Estados Unidos.

“Também quero expandir a atuação da agência no Brasil para além de São Paulo. Há espaço, no país, para ações locais. No exterior ainda não definimos onde será a sede, mas as candidatas são Nova York e Miami. Temos uma consultoria especializada dos Estados Unidos colaborando para a nossa decisão ser a mais acertada possível. O mais interessante é que há espaço, para o jeito brasileiro de fazer comunicação, em mercados evoluídos como o norte-americano”, argumenta Ferraz.

Porém, a BFerraz não pretende ficar datada no universo do ‘live experience’. A diretriz envolve aquisições ou abertura de novos negócios. “Não temos uma disciplina específica como meta ou abrigar empresas que tenham apenas sinergia com o nosso negócio. Vou dar continuidade ao projeto que iniciei no ABC de formar uma holding de comunicação. Temos de olhar com muita cautela para 2016, cujas previsões não são muito otimistas, mas vamos consolidar investimentos. Estamos conversando com agências de relações públicas, big data, CRM e mídia programática”, detalha Ferraz, que acrescenta: “Vamos às compras, mas cada empresa terá a própria gestão e o foco estratégico. Além desse modelo gerar mais custos, essas agências terminam perdendo a independência”.

Ficar descolada da caixinha do marketing promocional abre espaço para explorar conceitos criativos que podem ser expandidos. Por exemplo, a ação “Viva Las Vegas”, que levou 30 consumidores à cidade dos EUA, “possibilitou que o cenário fosse utilizado para a criação de filmes publicitários” pela F/Nazca Saatchi & Saatchi. “Também investimos no design. Desenvolvemos o ‘Batuque da Boa’, para a Antarctica, cujas embalagens faziam referência aos grandes clássicos do samba, ritmo que completou 100 anos em 2015.

Como era uma ideia holística, criamos quatro comerciais. Absolut queria uma ativação no Tomorrowland. Fizemos uma parade dentro do festival para gravarmos um curta. Depois, o nosso filme ‘#AbsolutNights’ ganhou o mundo. A SKY precisava de um espaço impactante nos 30 anos do Rock in Rio. Trouxemos a fábrica da Fender para o festival e construímos o maior case de relações públicas da marca, o ‘#SkyRocks’”, prossegue Bazinho.

Com vários benchmarks em mente, Ferraz destaca o modelo da agência inglesa Mother como inspirador. “Ela traz com muita habilidade o ‘live experience’ para o processo de transformação de uma marca. Agora, sair da caixinha não significa que vamos deixar de entregar eventos corporativos, organizar convenções e todas as oportunidades que nos forem confiadas. Queremos avançar para outros territórios”.