Numa edição do The New York Times, artigo assinado por Tara Parker-Porter, escritora especializada em saúde e bem-estar. Tara foi atrás, ouviu cientistas e identificou quebra-galhos pela ausência provisória dos abraços. Abraços em tempos em que o abraço verdadeiro está proibido.

1 – Jamais abrace de frente porque os rostos ficam muito próximos. 2 – Sempre que o abraço for irrefreável e compulsivo, vire o rosto. 3 – Nunca se abaixem – se resistir, claro – para abraçar uma criança. Deixem que ela abrace suas pernas. 4 – E na falta do abraço, beije. Beije as pessoas na nuca, nem na testa e muito menos na boca. Socorro!

Semanas atrás e depois de quase quatro meses de distância, só falando e vendo pelo Zoom, reencontrei-me com meus quatro adorados netinhos. Não resisti. Permaneci abraçado com os quatro durante muitos, prolongados e infinitos minutos. Já no território dos negócios, antes da Covid e em tempos de normalidade, muitos autores escreveram livros recomendando as empresas abraçarem seus clientes. O mais conhecido de todos, o de Jack Mitchell: Hug Your Customers – Abrace seus Clientes. Jack, chairman de uma rede de lojas – Mitchells Stores – há três gerações sob o comando de uma mesma família, e com lojas em Connecticut, Nova York, Califórnia, Washington e Oregon. No seu best-seller, Abrace seus clientes, ensina:

A – A melhor maneira de abraçar sempre seus clientes é descobrindo e antecipando-se ao que verdadeiramente querem. Eles se sentirão abraçados.
B – Esteja sempre disponível todas as vezes que seus clientes precisarem conversar com você. Eles se sentirão abraçados.
C – Trate todos os seus clientes como se estivesse diante de reis e rainhas. Eles se sentirão abraçados.
D – Facilite o acesso de seus clientes a todos os seus produtos e serviços. Eles se sentirão abraçados.
E – Agora, e em tempos de digital, facilite o acesso de seus clientes a todas as informações e orientações que precisam quando distantes. Eles se sentirão abraçados.
F – Ensine, treine e motive toda a sua equipe que faça rigorosamente o mesmo que você faz. Os clientes se sentirão abraçados.

Assim, e nos negócios, não só não está proibido como é mais que recomendado o abraço. Ensina Jack: “Um abraço é físico, mas também pode não ser”. Existem outras maneiras de se abraçar as pessoas que amamos. Por exemplo, em relação a nossos clientes, retribuir sua preferência com nossa permanente atenção. Adote essas três letrinhas H, U, G, como o mote de seus negócios e de sua vida. Abraçar, em todos os sentidos e direções, continua sendo a melhor maneira de conquistar e preservar clientes. Abrace seus clientes sempre.

Em tempos que abraços estão proibidos jamais se esquecer que todos os seres humanos amam serem acolhidos com simpatia e amor, sempre. E a melhor forma de acolhê-los, é através de algum dos tipos de abraços de Jack Mitchell! Já quanto a nossas vidas todos se preparando. Mais alguns meses, espero, ingressaremos na temporada dos abraços. A maior e mais radical temporada de abraços dos tempos modernos. Tô dentro. E a trilha musical mais que preparada. Claro, Beijinho Doce, composição antológica e monumental de Nhô Pai. Gravada pela primeira vez em 1945, pelas Irmãs Castro. E imortalizada cinco anos depois no filme Aviso aos Navegantes, cantada pela Adelaide Chiozzo e Eliana Macedo.

Tinha escolhido a gravação do Tonico e Tinoco, mas assisti uma matéria na CNN semanas atrás e decidi ficar com as Irmãs Galvão para a abertura da Temporada de Abraços… Vamos nessa? “Que beijinho doce, foi você quem trouxe de longe pra mim. Se me abraça apertado, suspira dobrado que amor sem fim…”. Breve, em todas as casas e empresas do mundo…

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)