Teresa Levin

Após informações que circularam na grande imprensa dando como certa a venda da Tim Brasil para a Claro, a negociação, que envolveria o valor de oito bilhões de euros, parece ter ido por água abaixo. As duas empresas desmentiram categoricamente a realização do negócio, que, segundo a Tim, não teria qualquer fundamento. Fontes do mercado apontam que a negociação estava sim em curso mas que, por considerar o valor baixo, a Telecom Italia, dona da Tim, teria recusado a oferta. Além do interesse do grupo mexicano América Movil, que detém a Claro, na compra da Tim Brasil, informações de jornais italianos indicam que a Telefônica, uma das proprietárias da Vivo, também estaria de olho no negócio, assim como a Brasil Telecom, empresa controlada por fundos de pensão e pelo Citibank. A possível venda da Tim mexerá no mercado de telefonia brasileiro. A Tim é a única empresa de telefonia celular que atua em todo país. Tanto a Vivo, quanto a Claro, líderes do setor no país, ainda tem buracos em suas áreas de cobertura. Além disso, a Tim e a Claro foram as únicas que cresceram no mercado ultimamente, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel. Números de outubro mostram que a Claro fechou o mês com 23,26%, contra 23,13% registrado em setembro. Já a Tim, que tinha 25,14% em setembro, alcançou 25,23% em outubro. Na liderança, continua a Vivo, com 29,79% de mercado, número menor que os 29,96% que a operadora tinha em setembro. A Oi continua atrás dos outros players e ainda perdeu mercado. A empresa de telefonia móvel do Grupo Telemar tinha 13,19% em setembro e fechou outubro com 13,15%. Já a Brasil Telecom corre bem atrás das outras competidoras, com 3,19% de participação em outubro contra 3,18% em setembro.
A negociação em questão delineará um novo cenário no mercado de telefonia móvel no Brasil, segmento que envolve 96.641.799 milhões de usuários, segundo dados da Anatel. Só em outubro, 770.895 pessoas ingressaram no mercado da telefonia celular. De novembro de 2005 a outubro deste ano, o segmento registrou um crescimento de 18,96%, agregando mais de 15 milhões de novos usuários. Segundo um comunicado da Telecom Itália, dona da Tim, a venda da empresa no pais teria como objetivo dar maior “flexibilidade financeira para que a empresa italiana possa continuar com a sua política industrial, em particular para as oportunidades de desenvolvimento na Europa e a realização de uma nova rede na Itália”.