Roseani Rocha

A TV Cultura lançou semana passada o “Anima Brasil”, projeto de produção de animações para os públicos infantil e juvenil (4 a 12 anos), para o ano de 2007.
O evento  contou com as presenças do presidente da TV Cultura, Marcos Mendonça, de Mauro Garcia, diretor de programação, Ivan Isola, coordenador do Núcleo de Animação da emissora, e do Consul Geral do Canadá em São Paulo, Jean-Marc Duval. Isso, porque produtoras nacionais atuarão em parceria com outras canadenses, como desdobramento do Acordo de Co-produção Audiovisual, assinado entre os governos do Brasil e do Canadá, em 1995.
A Martinelli filmes produzirá o desenho Anabel, em co-produção com a Vivavision Group; a TV Pinguim, produzirá Magnitka também em parceria com a Vivavision, mais a produtora francesa P&P; A RDigital Mixer, com a Cité-Amérique produzirá a série Riff e Raff; e o desenho animado Mitos do Mundo, produzido pela 2D Lab será produzido em conjunto com a também canadense Gala Kids.
O investimento médio em cada série será de R$ 8 milhões, dos quais R$ 2,4 milhões são captados pela Lei Rouanet. Cada uma terá 52 episódios de 11 minutos de duração cada. “Estamos na fase de que mais gosto, a do desenvolvimento, de escrever roteiros. Depois é depois…”, brinca Ivan Isola.
A série Anabel é uma das que está em processo mais adiantado, ou seja, estão prontos 13 episódios, sendo transmitidos pela TV Rá-Tim-Bum.
Segundo Isola, o que o mercado externo quer do Brasil são os talentos, as histórias e inovações: “Fora daqui existe um mercado saturado de coisas japonesas; há grandes espaços para crescimento no mercado mundial”. O faturamento do mercado de animação no mundo é de US$ 50 bilhões e o de licenciamento de produtos baseados nos personagens das séries é de US$ 500 bilhões. “E o Brasil não está participando desse mercado ainda, além de não participar, com a exceção do Maurício [de Souza], ainda importa muito”, alerta Isola.
A intenção da TV Cultura é substituir importações e explorar o mercado internacional, além de organizar uma cadeia produtiva permanente (cada uma das séries atuais ocupa equipes de cerca de 50 e 60 pessoas).
De acordo com Ivan Isola, os critérios que nortearam a escolha das produtoras foram principalmente qualidade e pertinência à grade de programação da emissora (viés educativo, já demonstrado em produções como Castelo Rá-Tim-Bum e Cocoricó); avaliação dos projetos previamente propostos; porte, história e capacidade instalada; e, por fim, foi observada a experiência em contratos de co-produção.
O momento é de captação de recursos pela Lei de Incentivo à Cultura e de parceiros institucionais. O retorno esperado é a exploração da marca Cultura, através de licenciamentos no Brasil e no mundo, e não apenas a recuperação dos investimentos, mas também a geração de lucros que permitam a continuação das séries.
A série Magnitika deve estrear simultaneamente no Brasil, Canadá e França. Com exceção de Anabela, as atrações devem estrear em 2008.