'Efficient way to pay' também está sendo investigado pela organização do Cannes Lions
Depois de a DM9 admitir a falha e a Consul reforçar que não compactua com o uso e a disseminação de informações falsas, agora, foi a vez da CNN Brasil se manifestar sobre o case 'Efficient way to pay', que venceu o Grand Prix na categoria de Creative Data, no Cannes Lions.
Isso porque a peça da DM9 traz uma matéria da emissora acerca da economia de energia, sem qualquer relação com o trabalho feito para a Consul. A legenda original da matéria é 'Aumenta a procura por eletrodomésticos mais econômicos’. No videocase, porém, o texto que aparece é outro: ‘Economia na conta de luz vira forma de pagamento de eletrodomésticos’.
Em nota enviada ao propmark, a CNN Brasil diz que foi surpreendida pelo uso adulterado da reportagem. "Ao tomar ciência do caso, [emissora] notificou a agência envolvida e solicitou medidas, como a exclusão do material de todas as plataformas e esclarecimentos", informou o comunicado.
Entenda o caso
Case feito para a Consul, 'Efficient way to pay' propõe um modelo alternativo de acesso a eletrodomésticos para famílias de baixa renda. Como uma solução para a compra à vista ou parcelada, o pagamento seria feito com o valor economizado na conta de luz.
Os consumidores testariam produtos mais eficientes e pagariam somente com base na redução mensal do consumo energético.
O fato é que a organização do Cannes Lions recebeu uma denúncia através de um e-mail anônimo, que levanta acusações graves sobre a legitimidade da campanha.
Com o título 'Urgente – Suspeitas em torno de campanha premiada do Brasil', o conteúdo alega que a peça pode ter manipulado informações e imagens, inclusive com o uso de IA.
O texto também destaca que "a campanha era praticamente desconhecida no Brasil antes de vencer em Cannes — sem cobertura, sem repercussão, sem reconhecimento entre os círculos publicitários ou de inovação no país. Esse surgimento repentino em Cannes, sem qualquer divulgação local, é profundamente suspeito".
DM9 pede desculpas
Em nota assinada pelo copresidente Pipo Calazans, a DM9 pediu desculpas pelo ocorrido e disse que está empenhada em apurar os fatos "com transparência e responsabilidade".
O executivo afirmou que constatou que houve uma série de falhas na produção e no envio do videocase, que acompanha a peça. Calazans disse que, assim que for concluída a apuração, a agência vai priorizar o 'diálogo transparente' com colaboradores e clientes, em especial a Consul.
"Icaro Doria, como copresidente e CCO, assume total responsabilidade pelo fato", diz um trecho da nota.
Consul
A Consul enviou um comunicado de poucas linhas, no qual diz que a marca 'reforça que não compactua com o uso e a disseminação de informações falsas em nenhuma circunstância e está tomando as medidas cabíveis em relação ao caso'.