A Coca-Cola anunciou em seu balanço global de vendas um crescimento de volume aquém do esperado – de apenas 1%. Os motivos alegados seriam a crise econômica – o lento crescimento econômico, principalmente na Europa, Ásia e América Latina – e as condições climáticas excepcionalmente ruins em algumas regiões do planeta, o que teria limitado as vendas de refrigerantes e os gastos do consumidor em geral.
A receita caiu 3%, para US$ 12,75 bilhões. O lucro líquido trimestral totalizou US$ 2,68 bilhões, ou R$ 0,59 por ação, enquanto, no ano passado, no mesmo período, foi de US$ 2,79 bilhões, com US$ 0,61 por ação.
Por região, o volume de vendas cresceu 2% na América Latina, 9% na Eurásia e África, e 2% na região do Pacífico; enquanto caiu 1% na América do Norte e 4% na Europa. Houve crescimento maior em alguns países emergentes como Tailândia (18%), Índia (8%) e Rússia (8%).
O volume do grupo da América Latina cresceu 2% no trimestre e 3% no ano, num ciclo de crescimento de 3%, no mesmo período, no ano passado. Esse crescimento no trimestre foi liderado pelo Grupo Latin Center (7%), seguido da South Latin (5%) e México (1%). O volume no Brasil permaneceu o mesmo no trimestre, sobre um crescimento de 6% no mesmo trimestre do ano passado. O resultado refletiu a incerteza do consumidor, devido à desaceleração da economia e às manifestações que aconteceram no final do trimestre.
A receita líquida reportada neste trimestre cresceu 6%, refletindo o aumento de 2% nas vendas de concentrados e uma relação preço/portfólio positiva de 9%, parcialmente compensada por uma queda cambial de 5%. A receita operacional cresceu 6% no trimestre, refletindo basicamente o volume, precificação e mix de produtos, parcialmente compensada pelos investimentos crescentes no patrocínio da Copa das Confederações Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014.
No México, as vendas da empresa também cresceram 3%. O desempenho é inferior à média global, de 4% – números que se referem à venda de todos os produtos da empresa, dos refrigerantes à água. Considerando-se apenas a linha Coca-Cola, o desempenho por aqui foi de 2%, e os principais destaques ficaram na Tailândia (38%), Índia (30%), Rússia (15%) e China (6%). Durante a apresentação, em Atlanta, o presidente-executivo da Coca-Cola, Muhtar Kent, disse que espera melhora nos números do segundo semestre deste ano.
Na China, o volume permaneceu estável – o que é atribuído ao mau tempo e à desaceleração econômica que devem permanecer até o fim do ano. Kent disse que a situação deve se reverter, pois a empresa tem grandes planos para a China. Em 2011, a PepsiCo vendeu sua participação em 24 engarrafadoras de refrigerantes na China para a Tingyi, alegando altos custos de matérias-primas e intensa competição com a Coca-Cola. Na época, a participação da Coca-Cola no mercado chinês era mais do que o triplo da concorrente.
Procurada pela reportagem, a Coca-Cola Brasil alegou não ter porta-vozes disponíveis para comentar o balanço e analisar os números divulgados em relação ao Brasil.