Estudo realizado pela Aberje mostra que 93% das companhias tratam sustentabilidade como prioridade estratégica

A poucos meses da realização da COP30, que acontecerá em Belém (PA), a Aberje divulgou um levantamento sobre o engajamento do setor privado com a agenda ambiental.

O estudo Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30 contou com a participação de 104 organizações e revelou que 93% das empresas ouvidas já tratam a sustentabilidade como prioridade estratégica, indicando um novo patamar de maturidade nas decisões corporativas frente à crise climática.

"É um dado muito expressivo, que confirma como a sustentabilidade deixou de ser periférica e passou a integrar a tomada de decisão nos mais diversos setores" afirma Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje. "O momento atual exige isso: as empresas estão sendo chamadas não só a adaptar suas operações, mas também a influenciar os rumos das políticas públicas ambientais."

Expectativas

A pesquisa mostra que a realização da COP30 no Brasil tem gerado grande mobilização entre as empresas. 89% das que planejam participar acreditam que o evento trará algum impacto relevante. Entre os principais pontos de expectativa estão maior compromisso de países e empresas com a pauta climática (47%), concretização de projetos e negociações (39%), acordos alinhados aos interesses dos setores produtivos (37%) e metas mais ambiciosas para o enfrentamento da crise (34%).

Participação corporativa nas COPs

Para 52% das empresas ouvidas, a COP30 será a primeira participação em uma conferência do clima. Entre as que já estiveram presentes, 70% participaram da programação oficial, 60% de eventos paralelos e 51% como ouvintes.

Como desdobramentos práticos, foram apontados o fortalecimento de relações com tomadores de decisão (40%), o aprimoramento da estratégia ESG (38%), ações internas de conscientização (35%) e a adequação a novas regulamentações (32%).

O papel do Brasil na COP30

Segundo o levantamento, 90% das empresas acreditam que o Brasil terá um papel relevante na COP30, sendo que 53% classificam essa importância como alta.

"Há um orgulho e uma responsabilidade envolvidos. O Brasil tem ativos únicos – como a floresta amazônica – e uma posição geopolítica estratégica. As empresas esperam que o país lidere com protagonismo, combinando conservação com desenvolvimento", conta Mônica Alvarez, head de comunicação corporativa da Alubar e diretora do Capítulo Aberje Amazônia.

Estrutura e governança da sustentabilidade

Outro dado relevante mostra que 90% das companhias possuem uma área estruturada de sustentabilidade, geralmente vinculada a diretorias ou superintendências.

Perfil das empresas participantes

A pesquisa ouviu empresas privadas nacionais (31%) e multinacionais (49%), com concentração na região Sudeste (78%), principalmente em São Paulo (57%). Quase metade das organizações possui mais de 5 mil funcionários e atuam em 32 setores da economia.

Os mais representativos são Energia/Bioenergia (15%), Agropecuário (7%), Tecnologia da Informação (6%), Alimentos e Bebidas (5%) e Seguros/Previdência Privada (5%).