Tango, Fevernova, Teamgeist, Jabulani. Tradicionalmente, os nomes das bolas utilizadas nas Copas do Mundo têm a ver com o país em que a competição será disputada. Porém, diferente de outros mundiais, desta vez o público participará ativamente da escolha deste nome. Em ação da Adidas em parceria com a Lew’LaraTBWA, a marca realiza um processo de cocriação inédito e dá ao torcedor o poder de escolha entre três opções: Bossa Nova, Brazuca e Carnavalesca.
Para Márcio Oliveira, vice-presidente geral da Lew’LaraTBWA, que atende a porção publicitária da empresa de material esportivo no Brasil, o panorama atual demanda uma ação diferente e colaborativa para a escolha do nome da bola. “Todos falam do conceito de cocriação, de botar o consumidor para trabalhar junto no desenvolvimento das campanhas, mas era tudo teoria, sem muita prática. Então resolvemos fazer este projeto”, conta Oliveira.
A votação será realizada por meio da internet, onde o Globoesporte.com faz o papel de parceiro de mídia, devido a uma parceria da Adidas com as Organizações Globo. A inspiração para os nomes, segundo a Lew’LaraTBWA vem justamente de elementos da “brasilidade”, como irreverência, afeição por esportes, criatividade, música e artes. A expectativa é de “milhões de votos” até o fim da eleição, no dia 2 de setembro, segundo Oliveira.
Apesar da eleição acabar ainda no próximo mês, o consumidor só poderá ver a bola em dezembro de 2013, no sorteio do chaveamento da Copa do Mundo. De acordo com Márcio Oliveira, o hiato entre a escolha e a apresentação se dá para que a Adidas consiga desenhar e confeccionar a bola já tendo os atributos do novo nome.
“Gorduchinha” proibida
Um dos nomes com mais apelo popular, “Gorduchinha”, carinhoso apelido dado à pelota pelo narrador de futebol Osmar Santos, ficou fora da eleição final, o que gerou críticas à marca nas redes sociais. Entretanto, Oliveira se defende ao afirmar que o nome já estava registrado por outra marca, esta que sequer tinha ligação com o ex-radialista e locutor esportivo.
“Teríamos que comprar este registro para colocarmos dentro da votação, e este tipo de trâmite é muito caro. Samba, Pelé, Ginga, Gorduchinha, todos seriam ótimos nomes, mas são registrados, já têm dono”, afirma o vice-presidente da Lew’Lara. “Escolher uma opção de nome acaba sendo uma tarefa muito difícil, pois a bola é um produto mundial, então precisamos checar registros globalmente”, diz.
De acordo com o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), a marca “Gorduchinha” pertence ao empresário Fernando Aparecido de Quadros Rodrigues, que registrou o nome no órgão no dia 14/12/2011 para a categoria NCL (9) 28, que envolve brinquedos e artigos esportivos, incluindo, claro, bolas de futebol.
Apesar do veto à Gorduchinha, que tinha até mesmo campanha online, e das diversas opções paralelas apresentadas, Oliveira crê que o nome eleito representará bem o conceito buscado pela marca. “Já esperávamos que não haveria unanimidade. Não dá para conquistar 100% das pessoas com um nome e o grande lance do diálogo é esse. Se esperássemos uma unanimidade, nem colocaríamos o nome em votação”, explica.
Ações
Para divulgar o concurso, a Adidas planeja uma série de ações de ativação. No último domingo (13) Palmeiras e Fluminense, ambos patrocinados pela marca alemã, entraram em campo com os nomes das opções de bola em vez dos nomes dos jogadores em seus uniformes. Nas capitais paulista e fluminense, em pontos estratégicos como a orla do Rio de Janeiro, a Av. Paulista e em shoppings, artistas reproduziram movimentos de embaixadinha para promover a eleição. Além disso, no Museu do Futebol, em São Paulo, a exposição por dentro da história das bolas das Copas do Mundo termina em um iPad onde o consumidor poderá escolher sua favorita entre Bossa Nova, Carnavalesca e Brazuca.