O brasileiro bebe, em média, 1,9 litro de vinho ao ano, um patamar baixo se comparado ao consumo nos nossos vizinhos sul-americanos. Argentinos, por exemplo, consomem 26 litros ao ano, enquanto no Uruguai essa média é de 22 litros anuais. Apesar do consumo tímido, a expectativa é de crescimento, segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). A meta é de que, em três anos, o consumo da bebida cresça 30%.
De olho no potencial do ainda pouco desenvolvido mercado brasileiro, a sul-africana Distell intensificará suas ações no país para transformar um de seus principais rótulos, o Nederburg, em um item de consumo usual no Brasil. Presente em 77 países, a empresa vê o país como uma grande oportunidade para crescer na América do Sul. “Estamos constantemente olhando para novas oportunidades no mercado. O nosso foco é a Europa, mas cada vez mais temos investido em países emergentes como China e Brasil, onde o mercado de vinhos tem crescido. A Distell quer fazer parte desse crescimento”, afirma a diretora de negócios Carina Gous.
A executiva esteve no Brasil na semana passada para “identificar as oportunidades que o mercado oferece” e, posteriormente, traçar a estratégia para atingir a meta de duplicar o volume de vendas no país em três anos. Embora essa análise esteja ainda em andamento, a empresa já colocou algumas iniciativas em prática. Em julho, foi lançada a linha Foundation no país e ainda neste ano deve promover ações de degustação e criar kits para serem comercializados como presentes.
Um dos principais desafios enfrentados pela Distell, porém, é encontrar um modo de se tornar uma marca relevante enquanto o consumo de vinhos ainda não é alto. Para Lynette Harris, gerente global de marketing da marca, o mais importante é “achar o importador correto e ter preços competitivos em todos os segmentos”. “Criar uma estratégia de venda por canal, ter distribuição suficiente e boa visibilidade também são pontos fundamentais”, completa a executiva.
Uma vez inserida a marca, fica mais fácil chegar ao consumidor, principalmente se ele tem um alto nível de fidelidade, como é comum do brasileiro em relação aos vinhos, segundo Lynette. “Vimos que no Brasil, se o indivíduo consome vinho uma vez, ele não volta atrás. Trata-se de um consumidor muito fiel. Por isso estamos otimistas”, finaliza.