Marçal Neto/ Divulgação

“A era digital libertou a televisão”. A afirmação, uma das que mais chamou a atenção durante um painel sobre segmentação no Congresso ABTA, é de autoria de Beatriz Mello, diretora e pesquisa da Discovery. Para a executiva, o discurso de que a televisão iria acabar com o avanço de outras mídias, como as digitais, por exemplo, não é verdadeiro.

 “A televisão não vai morrer, ela apenas teve filhinhos que são nada mais que as outras telas”, garantiu. “A televisão está no jeito que você se relaciona com o conteúdo”, completou.

A diretora de pesquisa da Discovery falou ainda sobre um estudo realizado pelo canal em nove países (Estados Unidos, México, Brasil, Reino Unido, Itália, Dinamarca, Noruega, Suécia e Austrália), no qual foi possível entender um pouco mais sobre esse universo.

Uma das conclusões foi que assistir televisão é muito mais confortável do que consumir o conteúdo em outras plataformas, como o celular. “Em outros países, o uso da TV é maior por conta da conectividade”, garantiu a executiva da Discovery.

Outro dado relevante foi que, para 83% dos entrevistados – no caso, os brasileiros –, a televisão tem como missão auxiliar as pessoas a entender melhor os acontecimentos ao redor do mundo.

Além disso, o estudo também revelou seis diferentes tipos de perfis de telespectador. Os tradicionais representam 20%. “Para eles, a televisão é parte importante na vida”, explicou Beatriz. Tem também os batizados de atarefados (6%), que têm na TV o seu refúgio.

Os apaixonados são 21%, muito mais que os considerados apaixonados, que estão com 10%. Para 26% das pessoas que se encaixaram no perfil de seletivos, a TV é uma janela para o mundo. Por fim, os céticos são 17%. “Os céticos são aqueles que tem na televisão apenas um conhecido, eles veem a TV apenas como um passatempo”, disse.

 Segmentação

Fred Muller, diretor-executivo comercial da Globosat, também participou do painel. Para ele, houve, sim, uma mudança de cenário. “Antes o cenário era mais simples e mais estável”, falou.

Um dos motivos, no entanto, para essa mudança foi a segmentação. “Hoje, nós temos um volume muito grande de segmentação”, disse o executivo da Globosat.

Redes sociais

Um representante do mundo das redes sociais foi Marcelo Pacheco, diretor de negócios do Facebook. De acordo com ele, existe uma relação muito forte entre a televisão e as redes sociais. “O Facebook, por exemplo, tem uma sinergia muito grande com a TV por assinatura”, garantiu.

Essa complementariedade, segundo ele, é muito por conta do conteúdo. “O conteúdo é rei, e sempre será, por isso, nós convidamos as outras plataformas a compartilhar seus conteúdos, ou pílulas deles, no Facebook”, afirmou.