Com um investimento de 320 mil euros, 20% inferior em relação à edição de 2015 do Cannes Lions, o projeto FilmBrazil resolveu inovar nos processos de networking com profissionais de criação e de RTVC das principais agências globais. O propósito, nas palavras da gerente-executiva Marianna Souza, é vender produtoras e os diretores do país, além do próprio Brasil como locação para produções de filmes internacionais de publicidade. A alta do dólar é favorável para o país como destino, mas a crise sanitária do Zika impediu que o movimento fosse ainda melhor. Foram arrecadados US$ 28 milhões com 57 produções em 2015, um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. Os Estados Unidos, com um share de 39%, lideram a preferência.
Para incentivar a opção pelos “talentos brasileiros”, a FilmBrazil usou a metalinguagem como forma para atrair negócios. Nomes como Diane Jackson, diretora global de produção da rede DDB, com base no escritório de Chicago, participaram de filmes de curta duração rodados durante o festival deste ano em cenários da região de Cannes. Diane filmou na praia. “Conseguir um espaço na agenda dela é praticamente impossível, mas quando falamos que a queríamos em um dos documentários que estávamos produzindo ela arranjou um tempinho. Na verdade, ela gostou tanto que disse que em duas horas conseguiu compreender a forma dos brasileiros trabalharem em um set de filmagem”, disse Marianna. Quem dirigiu o filme com Diane foi Gustavo Gripe, da Santa. Todos os 13 curtas foram produzidos pela FilmBrazil. Os roteiros foram propostos pela F/Nazca Saatchi & Saatchi, que coordenou a comunicação do projeto no festival deste ano.
Quem também aceitou protagonizar um dos curtas foi Joe Alexander, presidente do Film Lions e diretor-geral de criação da The Martin Agency. A direção foi entregue ao trio formado por Andre Vidigal, Fernanda Weinfeld e Boca Ceravolo, todos da Academia de Filmes. A dupla de diretores-executivos de criação da 180 Los Angeles, Rafael Rizuto e Eduardo Marques, mostraram a disputa por um Leão com direção de Fernando Sanchez, da produtora Spray.
Até o CEO do Cannes Lions, o executivo Philip Thomas, foi alvo da FilmBrazil. Em uma das cenas, ele relaxa tomando uma cerveja. Um dos mais engraçados é o filme protagonizado por Fabio Seidl, diretor global de criação da agência 360i, de Nova York. A personagem que vive sua mulher está P da vida e começa a jogar sua roupa do alto de um prédio. Ele lamenta, mas leva na esportiva. Porém, quando, ela joga o seu Leão, ele se desespera. A direção foi de Gugu Leme, da Delicatessen Filmes.
“A crise brasileira nos impediu de fazer o relacionamento clássico, mas surgiu essa ideia, que funcionou porque trouxemos grandes nomes da publicidade, prospects potenciais, para o set de filmagem da FilmBrazil. Todos os filmes estão ou vão estar disponíveis no nosso site. O do Joe Alexander foi veiculado na semana passada. E todos podem viralizar nas suas redes sociais. O apoio da Apex foi fundamental. A instituição, que fomenta negócios e promove o Brasil no exterior, abre portas”, finaliza Marianna.
