O presidente e CEO do grupo Publicis, Arthur Sadoun, lembrou que a indústria de comunicação vem sofrendo com a disrupção. Ele fez balanço e mostrou que o grupo sofreu uma ligeira queda de receita no primeiro semestre de 2018, fruto de um segundo trimestre também de queda. Sadoun disse manter as atenções voltadas para o plano de três anos da empresa, que tem foco na entrega de uma combinação de crescimento orgânico e expansão das margens de lucro ano após ano, aceleração de transformações rumo a um novo modelo de negócio e incremento do valor para os shareholders do grupo. O plano, que se chama Sprint to the future, foi apresentado em janeiro deste ano.
A receita líquida global no semestre foi de 4,28 bilhões de euros – registrando queda de 0,5% em relação ao primeiro semestre de 2017. No primeiro trimestre do ano houve crescimento de 1,5%, mas no último trimestre a redução foi da ordem de 2,1%. Segundo Sadoun, o principal vetor desta queda é a crise no setor de saúde nos Estados Unidos. No semestre como um todo, foi registrada queda no crescimento orgânico da ordem de 0,4%.
Sadoun destacou, no entanto, que alguns de seus melhores resultados vieram dos EUA, justamente onde o novo modelo do grupo – focado em dados, criatividade e tecnologia – se encontra em estágio mais avançado de implementação. Ele também destacou a melhoria significativa – de 80 pontos – na margem operacional do Grupo, um valor que, junto com o crescimento orgânico, também interessa muito aos acionistas: chegou a 14,3%, o que representa que a gestão como um todo foi aprimorada.
Na América Latina, o crescimento orgânico foi o melhor entre todas as regiões: 7,12%, e a receita reportada foi de 86 milhões de euros. Não houve aquisições na região e o Brasil vem tendo performance boa no geral, mas não contribui significativamente para os resultados globais como Europa e América do Norte (onde houve queda no crescimento orgânico).
“No geral, os resultados financeiros do primeiro semestre, combinados a nossas conquistas em novos negócios – que começarão a refletir nos resultados no segundo semestre -, nos deixam confiantes com a entrega dos resultados anuais, que com certeza vão superar 2017”, disse Sadoun.
Outro dado importante foi o crescimento acima de 25%, segundo o executivo, nas áreas chamadas de “game changers”: dados, tecnologias digitais, consultoria, e todas aquelas que estarão no centro da oferta do grupo no futuro. “No último semestre seguimos transformando nossas práticas globais, simplificando a estrutura em todos os países e o jeito de trabalhar com clientes. Estamos diante ou alinhados com todos os indicadores de performance que anunciamos no Investor Day em março deste ano”, disse Sadoun.
Ele lembrou as principais conquistas do semestre, entre elas as globais Daimler, Campbell’s e Marriot, e as locais McDonald’s, Macy’s e Nestlé. “E as conquistas continuam neste trimestre, com a mídia global da Lenovo, a P&G Shopper no Reino Unido e a Nestlé nos EUA”, comentou o executivo. Ele afirmou ainda não ter dúvidas de que as sementes foram plantadas para que os resultados do ano sejam conquistados – e, em especial, as metas do plano de três anos estabelecidas para o grupo. “Não será uma jornada fácil, mas estamos confiantes”, concluiu.
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