Quem pensa que ouvir rádio é coisa do passado e de pessoas mais velhas pode estar enganado. O rádio se mantém como um dos melhores meios de comunicação, pois consegue interagir com o contexto sóciopolítico-econômico do país e ainda acompanha o desenvolvimento contemporâneo. Essa afirmação faz parte do estudo Rádio na nova convergência de mídia, que foi realizado pela Aura Bahia em parceria com a Youpper.
Dos jovens entre dez e 14 anos, 49% ouvem rádio. Na faixa etária de 15 a 19 anos, 59% também têm esse hábito. A porcentagem sobe para 61% entre 20 e 29 anos; 64%, entre 30 e 39 anos; 65%, entre 40 e 49 anos; 65%, entre 50 e 64 anos; e 56%, com mais de 65 anos.
Isso comprova que os mais novos continuam com os mesmos hábitos dos mais velhos, mas fazendo isso de formas diferentes, explica Diego Oliveira, CEO da Youpper. “A comunicação vem sendo consumida independentemente da plataforma. Precisamos entender quais os meios relevantes e, nos pontos de contato, o rádio continua sendo um meio forte em qualquer gênero, classe e idade. É equivocado pensar que só porque os jovens nasceram digitais que eles não consomem os meios offline. É claro que o streaming é forte para ouvir música, mas eles buscam notícias, entretenimento e personalidades que estão rádio”.
A população vem consumindo o rádio a partir do momento em que o smartphone está com 90% da população, ressalta o executivo. Quem mais ouve rádio são as mulheres, com 63%; e os homens representam 59%. Em 13 das metrópoles brasileiras, que somam 52 milhões de habitantes, o rádio alcança 89% da população.
Belo Horizonte é a cidade que mais usa rádio para obter notícias, com 96% de adeptos. Oliveira acredita que seja uma característica dos mineiros ter enraizada a cultura de busca por informações e se preocupar com os acontecimentos do Brasil. Em segundo lugar, Fortaleza, em que 92% da população ouve rádio para se informar.
A penetração do rádio na vida das pessoas é mais forte na Região Sudeste do país, seguida pelo Nordeste, que desponta com forte crescimento e ultrapassou a Região Sul. Por apresentar desenvolvimento, a pesquisa analisou o público dessa região com alguns recortes. O turismo se destaca como um assunto forte entre o público do interior do Nordeste, por exemplo. No último ano, 70% dos entrevistados já viajaram pelo Brasil e possuem interesse em fazê-lo novamente.
“Observamos que as rádios do Nordeste e do Sul promovem eventos para aproximar os ouvintes das emissoras. Esse comportamento e essas oportunidades são para que as pessoas se sintam mais motivadas”, diz.
Os brasileiros têm motivos diferentes para ouvir rádio, sendo eles: passar o tempo livre (33%), escutar programas específicos (32%), lazer (31%), saber sobre notícias (25%), sentir-se acompanhado (23%), estar antenado no que acontece (22%) e obter cultura em geral (12%), dentro outros.
O celular é o local mais usado pelos consumidores para ouvir rádio quando eles estão fora de casa. No entanto, é em casa (74,5%) onde mais escutam, seguido pelo carro (67,5%), dentro do transporte público (30,5%) e na rua (29%).
“As pessoas decidem qual o seu horário nobre e, a partir disso, ouvem o que gostam e recuperam o conteúdo em momentos oportunos. Isso funciona não só na TV, mas também com os programas de rádio e os podcasts”, afirma Oliveira.
A Youpper também pesquisou quais os meios de comunicação mais usados pelos ouvintes. O WhatsApp (94%) lidera o ranking, seguido por Site de Notícias (90%), Redes Sociais (90%) e TV Aberta (80%). A forma como os entrevistados se mantêm informados traz os Sites de Notícias com 83%, seguido por Rádio e TV empatados, com 61%. “É preciso que os profissionais tenham esse olhar macro e micro para entender as particularidades regionais e quais são as oportunidades”, conclui Oliveira.
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